São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Sal explode com pancada e faísca

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O estifnato de chumbo é um sal que só tem utilidade como explosivo primário, ou seja, como espoleta para detonar uma explosivo principal.
Ele não é encontrado na natureza e precisa ser sintetizado. "Um químico poderia obtê-lo facilmente", disse o professor José Atílio Vanin, do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo).
Para ser transportado com pouco risco, o pó de estifnato deve ser embebido em água, pois esse sal é detonado por simples choque (percussão) ou por faísca.
Explosivos como TNT, RDX, EPTN e nitropenta só podem ser detonados com a explosão de um detonador como o estifnato ou o fulminato de mercúrio. Por isso são chamados de secundários.
A venda do estifnato de chumbo é controlada pelo Exército. Ele é um composto nitrogenado. Após a detonação, deixa como vestígios chumbo, nitrato, nitrito e outros resíduos parecidos aos dos explosivos nitrogenados secundários.
Vanin disse que se os peritos conseguirem estabelecer um mapa dos resíduos das partículas de nitrito e de estifnato de chumbo nas proximidades do epicentro da explosão, ficará provado que houve a explosão de um artefato.
"Saber quem pôs a bomba e por que a pôs naquele avião são perguntas que devem ser respondidas pela polícia. As substâncias encontradas são sofisticadas, não são coisa de amador."
(MG)

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