São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997 |
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Ambientalistas e Ibama divergem
RONI LIMA
Em uma área verde de 417 m², dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) de Petrópolis, o projeto da Bauhaus Engenharia prevê, segundo a construtora, 14 prédios, de uso comercial e residencial, variando de três a sete andares. Segundo a entidade ambientalista SOS Piabanha, estão previstos 28 prédios de três a oito pavimentos. "Vai ser criado um paredão de concreto às margens da estrada União Indústria", afirma a presidente, a arquiteta Vera Patury. Ela tema o aumento do fluxo de carros e de pessoas na região -uma das áreas turísticas mais valorizadas do Rio e com a sua infra-estrutura urbana já saturada. Afirma também que árvores de Mata Atlântica seriam derrubadas. "Eles vão acabar com Itaipava, que já tem superpopulação", diz a atriz e diretora de cinema Norma Bengell, que mora na região. Em 1994, a presidência do Ibama havia impedido a implantação do empreendimento que, batizado de Granja Brasil, contava com 30 prédios -sendo um de 15 andares. O Ibama argumentou que precisava ser feito o zoneamento da APA de Petrópolis. Em novembro passado, a superintendência do Ibama no Rio chegou a aprovar a continuidade do empreendimento. Mas, em janeiro, em sua visita a Petrópolis, o presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu críticas ao projeto. O presidente do Ibama, Eduardo Martins, avocou então para Brasília a tarefa de reexaminar o projeto. Agora, com a licença especial, ambientalistas acham que na prática foi dado o primeiro passo para o empreendimento, rebatizado de Condomínio Normandia. Esta licença não autoriza agora o reinício do projeto. Ela estabelece algumas exigências à Bauhaus, para a aprovação final, como a caracterização da vegetação da área de influência direta do projeto. Por outro lado, até setembro deverá ficar pronto um projeto de lei, para votação na Câmara municipal, estabelecendo a legislação do uso do solo de Petrópolis. Texto Anterior: Filósofo aponta corrupção Próximo Texto: Empresa nega danos Índice |
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