São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Equipe comemora críticas de Motta

VALDO CRUZ
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar do tumulto provocado no mercado, a equipe econômica acabou comemorando as críticas do ministro Sérgio Motta (Comunicações) ao diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco.
Motivo: a cúpula do governo já dava como definida a destinação de uma parcela dos recursos da privatização para programas na área social.
Reeleição
A idéia era mostrar que o governo investe no social, o que seria usado na campanha da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Pelo menos um ministério já havia até elaborado um programa para ser lançado no segundo semestre deste ano, que seria financiado com os recursos do programa de privatização.
Agora, o ministro responsável pelo programa está procurando outra fonte de recursos para financiá-lo.
A equipe econômica já foi informada, porém, que os defensores do uso dos recursos da privatização em programas sociais devem voltar a pressionar o presidente Fernando Henrique Cardoso no final deste ano.
Nova estratégia
A estratégia é aguardar que o mercado financeiro se acalme para voltar a tocar no assunto com o presidente.
Líderes governistas favoráveis à idéia criticavam ontem o que consideraram uma precipitação do ministro das Comunicações.
Não fossem as declarações de Motta, o presidente poderia ter aprovado a destinação de uma parcela dos recursos da privatização para projetos econômicos e sociais.
Depois das críticas de Motta, porém, uma decisão nesse sentido sinalizaria ao mercado que o presidente estava apoiando a tese do ministro das Comunicações de que Gustavo Franco defende uma política cambial errada.
O que poderia tumultuar ainda mais o mercado diante da crise cambial que atingiu os países asiáticos.

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