São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Peça reconstitui trajetória de bicheiro

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de cinco anos em São Paulo, onde trabalhou com Antunes Filho, o diretor Marco Antônio Braz volta ao Rio para montar "Boca de Ouro", escrita por Nelson Rodrigues em 1959.
A peça conta, em três atos, a trajetória do bicheiro carioca Boca de Ouro, o "rei" de Madureira que, como prova de seu poder e riqueza, utiliza uma dentadura de ouro. A partir de seu assassinato, sua história é recontada.
A reconstituição dos últimos momentos de Boca (Marcos Oliveira) é feita por Caveirinha (Luiz Furlanetto), repórter de um jornal sensacionalista. Para montar a história, ele procura dona Guigui, amante de Boca que havia sido abandonada por ele.
Em cada um dos atos, dona Guigui traça um perfil diferente do bicheiro. No primeiro -quando a ex-amante ainda não sabe de sua morte-, ele é um assassino sanguinário, um homem sem medidas. Ao saber da morte -no segundo ato-, a mulher demonstra ainda estar apaixonada e transforma o bicheiro em vítima.
No terceiro ato, ameaçada de abandono pelo marido por confessar ainda amar o bicheiro, ela traça um novo perfil de Boca.
Esta é a quarta encenação de Nelson Rodrigues dirigida por Braz. Antes, ele já havia encenado "O Beijo no Asfalto", "Perdoa-me por me Traíres" e "Viúva, porém Honesta".
CG

Peça: Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues
Direção: Marco Antônio Braz
Onde: Teatro 1 do CCBB (rua 1º de Março, 66, centro, tel. 021/216-0237)
Quando: de quarta a domingo. Quartas, quintas, sextas e domingos, às 19h; sábados, às 21h
Quanto: R$ 10

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