São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997
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Veja como funcionam os transplantes

- A análise
1 - Aparece um paciente com morte cerebral
2 - O hospital onde está o paciente é obrigado a notificar a Central de Transplantes da Secretaria da Saúde sobre a morte
3 - Após receber a notificação, a central determina que um grupo de médicos da secretaria vá estudar o paciente. Eles definem -por meio de exames preliminares- se o paciente pode ser doador
4 - A partir daí, a central contacta a família do paciente para pedir a aprovação da doação
5 - O paciente se transforma em "doador" e a central faz vários exames laboratoriais, como teste de HIV, hepatite etc.
6 - Se o doador não tiver nenhuma moléstia infecciosa, a central estuda cada um dos órgãos e analisa tipo sanguíneo, tamanho e peso do órgão e faz teste de compatibilidade

- A retirada do órgão
. Antes da lista única
A secretaria avisava a equipe da vez obedecendo um rodízio de hospitais públicos e particulares. Para cada dez órgãos distribuídos na cidade de São Paulo, por exemplo, o Hospital das Clínicas ficava com 60%. O restante era dividido entre cinco hospitais particulares
. Depois da lista única
Todas as listas dos hospitais públicos e particulares foram fundidas em uma só. Segundo a nova Lei dos Transplantes, a central distribui os órgãos obedecendo a ordem de "antiguidade" dos pacientes nessa lista. A ordem nem sempre é cumprida porque a transferência de um órgão depende, principalmente, da compatibilidade entre doador e receptor
. O que não está funcionando
A lista única ainda não ficou pronta. A secretaria admite que não conseguiu reunir todas as relações de pacientes que esperam por órgãos no Estado. Ela alega que a demora está ocorrendo porque primeiro é preciso "purificar" as listas, retirando pacientes que se inscreveram em mais de uma relação.
. O risco
Antes da lei, havia um sistema automático em que as equipes sabiam exatamente quando retirar os órgãos e para quais pacientes eles seriam doados. Hoje, os médicos afirmam que não têm acesso à lista nem receberam orientação da secretaria, e que, por isso, há riscos de perda de órgãos

Fonte: Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado e Silvano Raia, chefe do setor de transplantes de fígado do Hospital das Clínicas

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