São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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França passa modernidade em revista

MARTA AVANCINI
DE PARIS

A modernidade e a produção artística até meados do século 20 são os temas escolhidos pelos curadores da maioria das exposições em cartaz no interior da França durante o verão europeu.
A maior delas, chamada "La Côte d'Azur et la Modernité" (A Côte d'Azur e a Modernidade), integra 28 museus e galerias de 12 cidades do sul da França e pretende fazer uma retrospectiva da produção de artistas que viveram na região, ou passaram por ela, entre 1918 e 58.
Pablo Picasso, Henri Matisse, Marc Chagall, Jean Arp e Man Ray são alguns dos que viveram na Côte d'Azur e têm obras expostas.
O glamour e a sofisticação atraíam, no início do século 20, milionários, artistas e intelectuais à Côte d'Azur (Costa Azul), região à beira do mar Mediterrâneo. Ao mesmo tempo, ela foi uma espécie de refúgio para o qual se dirigiam aqueles que queriam ficar longe das guerras.
Daí, o fato de a Côte d'Azur ter se tornado um pólo de produção e discussão de arte moderna. Isso se manifesta das maneiras mais diversas: na influência da luz do Mediterrâneo nas obras de Matisse e Picasso, no desenvolvimento da arte abstrata pelos grupos liderados por Arp, ou na arquitetura "art déco" de Nice.
Ao todo, são cerca de 3.000 obras -entre pinturas, fotografias, esculturas e objetos.
A amizade com o escultor espanhol Manolo Hugué levou Picasso a frequentar a cidade de Céret entre 1911 e 1913.
Nessa época, Picasso e Georges Braque viviam a transição do chamado cubismo analítico para o cubismo sintético, ou seja, da fase das pinturas fragmentadas e "desmontadas" para a fase das colagens realizadas com materiais extraídos do cotidiano.
Por isso, o Museu de Arte Moderna de Céret preparou a exposição "Picasso - Dessins et Papiers Collés" (Picasso - Desenhos e Colagens), que reúne 60 peças, entre desenhos e colagens feitas por Picasso durante estadias na cidade.
Cartões postais, fotografias ou outros tipos de documentos iconográficos encontrados por Picasso em Céret são a matéria-prima das obras expostas.
Praga, capital da atual República Tcheca, foi um dos centros mais efervescentes de produção de arte moderna no início do século.
Esta é a tese da exposição "Prague - Capitale Secrète des Avant-Gardes" (Praga - Capital Secreta das Vanguardas) do Museu de Belas-Artes de Dijon.
Em cerca de 300 obras de nomes como Alfons Mucha e Frantisek Kupka é possível conhecer a produção de artistas que viveram em Praga entre 1900 e 1938.

Informações: "La Côte d'Azur et la Modernité", tel. (0033-4-92-07-09-91; "Picasso - Dessins et Papiers Collés", tel. (0033-4-68-87-27-76); "Prague - Capitale Secrète des Avant-Gardes", tel. (0033-3-80-74-53-99)

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