São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Topkapi reúne maravilhas do sultanato

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DO ENVIADO ESPECIAL

Mulheres, mulheres e mulheres. O imaginário ocidental masculino, monogâmico e reprimido, está fadado a não resistir: a visão do harém do Topkapi Sarayi, onde moravam a família, as mulheres e as concubinas do sultão, é um estímulo à fantasia juvenil.
Mas a vulgaridade machista -piadas e comentários entre turistas são óbvios e previsíveis- cede à suntuosidade de um palácio que surge em seu conjunto como síntese triunfal do orientalismo.
O harém, que permanecia fechado ao mundo exterior, era dividido em três áreas.
Uma delas abrigava a família oficial do sultão, sua mãe, as favoritas e os futuros herdeiros. Outra ala era destinada às concubinas, que realizavam o trabalho doméstico e eventualmente serviam sexualmente ao sultão. Um terceiro setor abrigava os eunucos negros, que guardavam o harém.
Construído entre 1475 e 1478, por Mahmet 2º, o conquistador de Constantinopla, o Topkapi, residência do sultão e sede do governo, foi uma espécie de Brasília (um pouco mais bem sucedida) do período otomano.
São pátios, átrios, templos, livrarias, salas e ante-salas cercadas e unidas por jardins, que se foram acumulando ao longo do tempo para formar um complexo que exprime todo fausto e poder do sultanato otomano.
Não escapará ao turista semelhanças com arcos e espaços arquitetônicos de Veneza -da Itália renascentista, de um modo geral- e poderão, igualmente, ocorrer comparações com Versalhes.
Não será surpreendente se o visitante, ao fim do passeio, sair com a impressão de que viu algo superior aos concorrentes ocidentais.
O palácio, que foi transformado em museu, reúne os tesouros, as armas, as roupas do sultanato.
Ali poderá ser visto o maior diamante do mundo e o que seriam fragmentos do crânio e do antebraço de são João Batista.
Alfanjes, espingardas, revólveres, espadas, esmeraldas, jóias, aparelhos de mesa... A coleção de maravilhas do Topkapi impressiona o mais ilustre dos turistas.
A visita ao palácio conta com acompanhamento de guias oficiais. Vale a pena segui-los, ainda que os espaços ofereçam cartazes com textos explicativos.
(MAG)

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