São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Produção de tipo B cai 3,62% em 1996

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil produziu 766,1 milhões de litros de leite do tipo B no ano passado, volume 3,62% inferior ao apurado em 95 (794,9 milhões de litros), segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Leite B divulgados, na semana passada, em São Paulo.
Para este ano, a previsão de Jorge Rubez, presidente da associação, é de ligeiro acréscimo sobre 96.
"A expectativa é de uma recuperação de 5%", afirma ele.
Segundo Rubez, a queda na produção se deve aos ajustes da atividade para se reacomodar à nova conjuntura do mercado.
Em 93, o país produziu 807,9 milhões de litros de leite B. No ano seguinte, houve decréscimo de 1,61% sobre aquele total.
"A vaca não foi para o gancho do frigorífico. Ela apenas trocou de mão, saindo de fazendas do interior de São Paulo e de Minas Gerais, para Estados como Goiás, onde o pecuarista recebe apoio do governo estadual", diz Rubez.
Segundo ele, isso explica o fato de a queda no volume de leite B captado não ter sido grande.
O presidente da Cooperativa de Laticínios de Guaratinguetá, em São Paulo, Gilberto Leonel Fortes Azevedo, concorda com Rubez.
"Aqui no Vale do Paraíba, os fazendeiros de Goiás vieram buscar muita vaca de boa qualidade", diz Azevedo.
Mesmo assim, ele não acredita em queda na produção neste ano.
Para Jorge Rubez, a queda na produção se deu ainda em função da colocação final do leite.
"Em Poços de Caldas, por exemplo, a empresa Danone capta leite de boa qualidade para sua produção de iogurte, mas não o computa como B", afirma o presidente da associação.
Em outras regiões, segundo Rubez, a Parmalat repete o sistema da Danone e não classifica o produto.
Tanto Rubez como Fortes reconhecem que alguns pecuaristas deixaram a atividade devido aos custos e à baixa competitividade frente a países dos quais o Brasil importa e onde os produtores recebem subsídios.
Números divulgados pela associação mostram uma queda de 30% no contingente de produtores nos últimos cinco anos no país.
Em 1992, eles eram 6.185. Hoje, o quadro da associação registra 4.100 pecuaristas.

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