São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 1997
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Santos diz que cargo pertence ao PMDB

Peemedebista fala 'com gosto' com PFL

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pronto para trocar o PMDB pelo PFL, o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) admite indiretamente que pode perder o posto. "Houve um convite pessoal para que eu assumisse o ministério, mas indiscutivelmente o cargo é do partido", afirma Santos.
A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva que o ministro concedeu à Folha:
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Folha - Não houve um esvaziamento político de seu ministério depois da indicação de Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) para a liderança do governo na Câmara?
Luiz Carlos Santos - Não tem nada a ver uma coisa com outra. O Luís Eduardo é líder na Câmara, assim como tem líder no Senado e no Congresso. A pasta de Assuntos Políticos é muito mais ampla, não é restrita à Câmara. Meu relacionamento com Luís Eduardo é o melhor possível.
Folha - Existe a possibilidade de o sr. sair do PMDB. Seria possível continuar no ministério deixando o PMDB?
Santos - Não gosto de raciocinar em torno de hipótese. Houve um convite pessoal para que eu assumisse o ministério, mas indiscutivelmente o cargo é do partido.
Folha - O sr. tem conversado com membros do PFL sobre sua mudança de partido?
Santos - Eu tenho conversado permanentemente sobre política com as lideranças do PFL, que são altamente capacitadas. Não vou responder sobre hipótese. Só posso dizer que converso com gosto com o PFL.
Folha - Como o sr. recebeu as críticas do governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) no caso da indicação do novo diretor do DNER em Minas? Ele disse que falta coordenação política ao governo.
Santos - Os fatos desmentem o governador. Aprovamos a quebra da estabilidade, que foi uma articulação difícil, o FEF também. O governo está muito bem articulado. Se a gente puder, vai ajudá-lo em Minas.
A discussão era pobre, sobre um cargo de quarto escalão. Não conheço quem saiu e quem entrou no DNER. O caso está encerrado.
Folha - Quem fala pelo PMDB?
Santos - O PMDB tem vários interlocutores. Tem no presidente Sarney o grande interlocutor. Mas tem também os líderes Jader Barbalho e Geddel Vieira Lima e o presidente Michel Temer.
Folha - Mas o normal não seria ter no presidente do partido, Paes de Andrade, o interlocutor?
Santos - Respeito o presidente Paes de Andrade, mas ele tem uma visão antagônica em relação ao governo.
Folha - Em São Paulo ocorreram reuniões entre o ex-governador Orestes Quércia e a ala governista da bancada do PMDB.
Santos - Não participo de reuniões com o Quércia. Tenho uma visão política totalmente diferente. Ele é contra o Plano Real e, além disso, acha que é dono do partido.
Folha - O sr. pode apoiar Maluf na eleição estadual?
Santos - Na política, a coisa tem que ser resolvida no seu tempo. Não gosto de falar sobre hipóteses.

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