São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997 |
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Tanque de guerra faz patrulha em Recife FÁBIO GUIBU LUIZ FRANCISCO
Quatro tanques de guerra do Exército transportando equipes especializadas em combate passaram a patrulhar desde ontem as ruas de Recife e Olinda (PE). Os veículos -três Urutus e um Cascavel- circularam nas áreas com maior concentração de agências bancárias e nos principais focos de tensão das duas cidades. Segundo o Exército, o objetivo foi inibir a ação das gangues e assaltantes, que entre 20h de anteontem e 16h de ontem, foram responsáveis por 15 homicídios (8 em Olinda) e cerca de 200 furtos, assaltos, estupros e arrombamentos na região metropolitana. Outras 3 pessoas foram mortas no interior. As ocorrências, divulgadas pela Secretaria da Segurança, referem-se às duas únicas delegacias da região metropolitana de Recife que funcionam desde o início da greve dos policiais -Boa Viagem (Recife) e Olinda. Antes da greve, a delegacia de Olinda registrava, no máximo, dois homicídios e dez ocorrências por dia. Os tanques fizeram duas rondas e priorizaram os centros de Recife e Olinda. Não houve confrontos. A permanência do patrulhamento será definida hoje pelo CMN (Comando Militar do Nordeste). Queda nas vendas O policiamento a pé feito pelas tropas militares foi mantido, mas o clima de tensão continuou. Em Olinda, a maioria das lojas fechou às 13h. Em Recife, alguns estabelecimentos não chegaram a abrir. Levantamento da CDL (Câmara dos Diretores Lojistas) diz que o comércio registrou uma queda de 80% no faturamento desde o início da greve dos PMs, há oito dias. A maioria das lojas que funcionou ontem na capital foi vigiada por seguranças particulares. A CDL contratou uma empresa particular e colocou nas ruas 30 seguranças munidos de comunicadores e protegidos por cães. Gerente de uma loja no centro, Fernando Santos Oliveira, 43, disse que dispensou ontem 12 dos 20 funcionários. "Desde o início da greve ninguém compra nada." Em Caruaru (130 km de Recife), as 11 agências bancárias funcionaram precariamente. Protegidos por seguranças particulares, os bancos abriram às 12h, duas horas após o horário normal. Os clientes dos bancos evitaram ir às agências em Recife. "Só volto ao banco quando a greve terminar", disse Tatiana Oliveira. O Exército manteve o policiamento no Palácio do Governo, nas estações do metrô de superfície, de integração de ônibus, no manicômio judiciário e em sete presídios. Texto Anterior: União com policiais já divide a CUT e o PT Próximo Texto: Grevistas querem dois anos sem punição Índice |
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