São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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Exército vai assumir área de segurança

ARI CIPOLA

ARI CIPOLA; RODRIGO VERGARA
DA AGÊNCIA FOLHA EM MACEIÓ

Nomes do novo secretário e de comandante da PM sairão de lista preparada pelo Palácio do Planalto

RODRIGO VERGARA
O Exército vai assumir a segurança pública de Alagoas. Às 11h de hoje, o governador interino, Manoel Gomes de Barros (PTB-AL), anuncia os nomes do secretário da Segurança e do comandante da Polícia Militar.
Alagoas será o primeiro dos Estados brasileiros com problemas na PM a ter um integrante do Exército como chefe da Segurança.
Ontem, o ministro-chefe da Casa Militar da Presidência, general Alberto Cardoso, entregou uma relação com oito currículos de generais e coronéis do Exército.
Os escolhidos controlarão as polícias Civil e Militar, que paralisaram os serviços há 12 dias. A ausência de policiais nas ruas e delegacias levou o Exército a reforçar o efetivo, fazer rondas e trazer equipamentos como carros blindados.
O único nome da lista revelado pelo governador é o do general José Siqueira Silva, ex-comandante da Brigada de Pára-Quedistas do Rio de Janeiro, hoje na reserva.
Barros disse que os nordestinos da lista, como é o caso do sergipano Siqueira, têm "um ponto de vantagem em relação aos demais, por serem da região".
O general Cardoso disse que os nomes indicados foram solicitados pelo governador e fez um apelo aos servidores, principalmente aos policiais militares, para que voltem ao trabalho, porque "há agora perspectivas e não mais motivo para desespero".
A "importação" de dirigentes militares para a área de segurança ainda enfrentava alguma resistência entre os coronéis da PM, que o governador tentaria debelar na noite de ontem.
O governador disse ontem ao coronel João Evaristo Santos Filho, ex-comandante da PM, e ao interino Hamilton Balbino Pimentel que a crise de Alagoas tinha atravessado as fronteiras do Estado para atingir o governo federal.
"O presidente me pediu para que resolva a situação de Alagoas de qualquer maneira. FHC disse que, se chegar a intervenção, Alagoas vai atrapalhar os projetos de reforma do país", disse Barros.
Assaltos
Ontem, uma onda de assaltos a agências de bancos colocou em alerta o sistema bancário em Alagoas. Nos últimos dois dias, foram assaltadas quatro agências no Estado, contra uma média de três roubos do tipo por mês.
Os gerentes foram orientados a reforçar a segurança particular e a CEFederal estuda a possibilidade de fechar agências onde não haja garantia de segurança.

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