São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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Falha no 402 começou na aterrissagem

CRISPIM ALVES; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O relatório sobre o acidente no vôo 402 da TAM, que matou 99 pessoas em outubro passado, aponta que as falhas que geraram a queda do Fokker-100 começaram no pouso em São Paulo.
Conforme a Folha noticiou há seis meses, o laudo da Dipaa (Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da Aeronáutica, menciona falha no relé que aciona o reverso -espécie de marcha a ré do avião, que inverte a impulsão dada pela turbina- ainda no pouso em Congonhas.
Segundo um oficial da Aeronáutica, o reverso direito do Fokker-100 estava destravado no início da decolagem para o Rio, apesar de o piloto ter travado o sistema no pouso em Congonhas.
O relatório da Dipaa ainda será analisado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes), que pode mudar seu teor.
A pane no relé foi acompanhada de outras falhas, que determinaram a queda da aeronave. Um cabo chamado de teleflex, que funciona como sistema de segurança para a abertura indevida do reverso, apresentou problemas, por exemplo. O relatório final deve ser divulgado em um mês.
Caça ao laudo
O Ministério Público Federal enviou anteontem à Aeronáutica um ofício pedindo acesso ao laudo final sobre o acidente no vôo 402.
O objetivo é informar às famílias das vítimas o nome das empresas fabricantes do relé, do teleflex e de outras peças que possam ter contribuído para a queda do avião, para que possam entrar com processo na Justiça norte-americana.
No ofício, o subprocurador-geral Miguel Guskow solicita ao major-brigadeiro-do-ar Henrique Marini e Souza, chefe de gabinete do ministro, que lhe envie o relatório final em cinco dias.
Se o pedido não for atendido, a Procuradoria Geral da República pretende abrir inquérito para apurar responsabilidades.
O ofício de Guskow foi feito depois de um pedido do advogado Renato Guimarães Júnior, que representa famílias de vítimas do acidente.
O Serviço de Comunicação Social da Aeronáutica disse que o ministério ainda não recebeu o ofício, por isso não quer comentar o caso.
(CRISPIM ALVES e ROGERIO SCHLEGEL)

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