São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 1997
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Motoristas e patrões param ruas contra Pitta

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Motoristas e cobradores da empresa Royal Bus, que fechou as portas devido a um impasse com a prefeitura, voltaram ontem a parar o trânsito em São Paulo.
As ruas ao redor do Palácio das Indústrias -sede da prefeitura- foram fechadas por cerca de 40 ônibus da Royal Bus e de empresas que apoiaram o protesto.
Durante a manhã, ficaram intransitáveis as ruas do Gasômetro, da Figueira, avenida Mercúrio, o largo da Concórdia e trechos da Radial Leste e avenida do Estado.
Patrões e empregados estão do mesmo lado, contra a prefeitura. Os discursos do presidente do Sindicato dos Condutores, José Alves do Couto Filho, o Toré, e do presidente da Transurb (sindicato das empresas de ônibus), Maurício Lourenço da Cunha, têm um alvo em comum: o prefeito Celso Pitta.
"São 580 pais de família na rua por causa da irresponsabilidade do prefeito, que, em sete meses de governo, não criou absolutamente nada e desestruturou tudo o que ainda funcionava", diz Toré.
"A culpa pela crise nos transportes é da prefeitura", aponta Cunha. "Estamos cansados de promessas que nunca são cumpridas, enquanto já somos praticamente obrigados a pagar para trabalhar."
As empresas afirmam que a prefeitura não aumentou o valor do repasse, apesar do aumento da tarifa concedido no mês passado. Para a prefeitura, as empresas já recebiam acima do custo real (leia texto nesta página).
A empresa Royal Bus -que transportava diariamente cerca de 50 mil passageiros em 11 linhas na zona norte- encerrou suas atividades anteontem, alegando como principal motivo uma dívida de R$ 4,5 milhões da prefeitura.
Uma comissão de funcionários da empresa promete continuar se manifestando e fechando ruas até que o prefeito defina como recontratá-los.
Por volta das 17h30, motoristas de ônibus de outras companhias fizeram novo protesto, pelo mesmo motivo, e pararam o cruzamento das avenidas Rio Branco e Ipiranga, no centro, provocando congestionamentos. A manifestação foi dispersada pela PM.

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