São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997 |
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Roubo de carga sobe 11,8% em SP
LUCIANA CONSTANTINO
Além disso, houve um aumento de 11,85% neste tipo de ocorrência nos primeiros seis meses deste ano em comparação ao mesmo período de 96. As quadrilhas estão aumentando os assaltos a depósitos de mercadorias devido ao uso de novas técnicas de segurança pelas empresas durante o transporte. As táticas e equipamentos utilizados pelos assaltantes, como metralhadoras e rádios para contato entre eles, estão levando a polícia a acreditar em "migração" dos ladrões que roubam bancos e carros, por exemplo, para o setor de carga. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembléia Legislativa que investiga o crime organizado está trabalhando com a hipótese de existir um esquema montado por ladrões e intermediários para receber encomenda de produtos a serem roubados (leia texto abaixo). Dados do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região mostram que, de janeiro a junho de 96, foram 481 registros de roubo de carga, contra 538 este ano. Nesta semana (de segunda até anteontem), houve 14 roubos. Prejuízos O prejuízo das empresas este ano soma R$ 62,829 milhões (veja quadro ao lado). A cidade de São Paulo teve o maior número das ocorrências -41,45%. Já as rodovias mais visadas, segundo o sindicato, são a Dutra, com 20,72% dos roubos, Castelo Branco, com 17,14%, Bandeirantes, com 15,71% e Anhanguera, com 13,57%. Os produtos mais roubados são confecções, eletroeletrônicos e alimentos. "É muito fácil roubar carga. O lucro é garantido, os motoristas geralmente não oferecem resistência e até agora não existia um trabalho de investigação que levasse os assaltantes à prisão. É isso que queremos mudar", afirmou o delegado-titular da Delegacia de Roubos de Carga, Marco Antonio de Paula Santos. A Polícia Civil não tem levantamento de roubos de carga. "Estamos informatizando a delegacia e montando um banco de dados sobre o assunto", disse Santos. Pedido Preocupados com o aumento dos assaltos, diretores do sindicato das transportadoras enviaram à secretaria estadual da Segurança Pública três ofícios pedindo providências sobre o assunto. "As empresas chegam a gastar 10% do faturamento com medidas para aumentar a segurança, mas não tem dado resultado", disse o assessor de segurança do sindicato, Gilson Campos Filho. O secretário-interino da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves de Souza, informou, por meio de sua assessoria, que a reivindicação foi encaminhada para a Coordenadoria de Análise e Planejamento para checagem das estatísticas. Além disso, Souza enviou pedido às polícias Militar e Civil para análise do caso e elaboração de um plano específico para combate deste tipo de roubo. A partir do próximo mês, a Delegacia de Roubos de Carga vai começar um policiamento preventivo em pontos onde ocorrem o maior número deste tipo de assalto no Estado. Estes locais estão sendo levantados pela polícia. Texto Anterior: Oficiais da Juta podem ser acusados Próximo Texto: CPI acredita em 'encomendas' Índice |
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