São Paulo, sábado, 26 de julho de 1997 |
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Volks deve reajustar carros em até 3,5%
ARTHUR PEREIRA FILHO
O encontro havia sido convocado pelas concessionárias para pedir à fábrica a redução do preços dos carros, por causa da queda das vendas e aumento dos estoques. Segundo a empresa, a tabela de preços terá de ser reajustada por causa da elevação dos custos. Os carros da marca devem ficar até 3,5% mais caros. "Se a Volkswagen aumentar os preços agora vai ser uma catástrofe", diz Paulo Simões, presidente da Assobrav. Na avaliação de Simões, se houver reajuste as vendas da marca no varejo (da concessionária para o consumidor) vão cair 20%. "Vamos perder a liderança de mercado em automóveis." Procurada pela Folha, a direção da Volkswagen informou, por intermédio da assessoria de imprensa, que não faria comentários sobre a proposta de aumento. Ilusão Simões diz que os revendedores vão tentar convencer a montadora a desistir do aumento. "É ilusão achar que a montadora vai reduzir preços. Vamos brigar para que eles não aumentem." A rede Volkswagen tinha 40 mil carros em estoque no dia 20 deste mês, número considerado muito elevado. A direção da Assobrav está orientando os associados a não retirar da fábrica carros que não possam vender. "É uma questão de sobrevivência. Em caso de novo aumento, vamos adotar uma política defensiva. Só vamos comprar carros quando tivermos a encomenda do cliente", diz Simões. Para o presidente da Assobrav, a Volkswagen precisa reduzir a produção para se adequar ao mercado. Segundo ele, essa decisão terá de ser tomada dentro de alguns meses. General Motors Os revendedores da GM também não conseguiram convencer a fábrica a mudar a tabela. "A montadora não vai diminuir os preços", diz Mario Menezes Jr., presidente da Abrac (associação dos revendedores GM). O que mais preocupa os concessionários da General Motors é o elevado estoque existente nas lojas. Segundo números divulgados pela Fenabrave (entidade que representa concessionárias de todas as marcas), a GM tinha 31 mil carros em estoque no último dia 20. A previsão de concessionários ouvidos pela Folha é de que a marca encerre o mês com 35 mil carros encalhados, o representa 30 dias de venda. A rede GM se queixa do reajuste de preços de junho. Os carros da marca subiram até 2,5%. "Foi um erro de estratégia. O carro ficou mais caro, o mercado não absorveu e o estoque aumentou", diz Menezes. Segundo cálculo dos concessionários, o Corsa, carro que representa 60% de toda a produção da General Motors, ficou cerca de 16% mais caro nos últimos 12 meses. Linha 98 Para piorar a situação dos revendedores GM, a fábrica já anunciou que até o final de agosto começa a entregar à rede a linha 98. "Não será surpresa se a fábrica decidir reajustar preços com a entrada dos modelos 98", diz Menezes. Para desovar o estoque de modelos 97, as concessionárias terão de oferecer ainda mais descontos para os consumidores. Texto Anterior: Grupo Finantia abre subsidiária no Brasil Próximo Texto: "Racha" atinge rede Ford Índice |
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