São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997 |
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Servidores estouram orçamento
ELVIRA LOBATO
Segundo a Secretaria de Administração, a folha de pagamentos do Executivo (sem contar Legislativo e Judiciário) consome R$ 34,8 milhões, mesmo com o corte de 6.000 funcionários no programa de demissões voluntárias. O valor representa mais da metade da receita bruta do Estado, de R$ 60 milhões por mês. Só no primeiro semestre de 95, a folha do Executivo cresceu 30%. No dia em que assumiu o governo, Suruagy aumentou a gratificação dos cargos de confiança e, duas semanas depois, a Assembléia Legislativa passou o salário dos deputados para R$ 6.000,00. Uma lei estadual permitia que os deputados recebessem até 75% dos salários dos deputados federais e eles reajustaram seus rendimentos para esse teto máximo permitido. Isso provocou um aumento em cadeia na cúpula do funcionalismo. Segundo o governo, os salários dos secretários do Estado, desembargadores, procuradores, delegados de polícia, alguns assessores e dos fiscais de renda subiram na mesma proporção. Só esse fato fez a folha de pagamentos do Executivo saltar de R$ 25,5 milhões para R$ 31 milhões. Em maio, foi a vez dos professores. O abono e os adicionais para a saúde elevaram ainda mais as despesas. Nesse ponto, a folha do Executivo chegava a R$ 33 milhões. Por fim, o TJ (Tribunal de Justiça) ordenou a contratação de 312 aprovados em concurso anterior. Segundo dados do próprio governo, a administração, direta e indireta, emprega atualmente 31.464 funcionários, e há mais 14.417 aposentados e pensionistas. Desse total, 197 pessoas recebem mais de R$ 6.500,00 por mês e ficam com 5% da folha. Outros 305 funcionários, que recebem entre R$ 5.000,00 e R$ 6.500,00 por mês, embolsam mais 6,3% do total. Segundo o governo, 3,9% dos funcionários respondem por 30% dos gastos com pessoal. Ou seja, a elite do funcionalismo representa quase um terço da folha. O Legislativo e o Judiciário são feudos à parte, e consomem R$ 12 milhões. Outros R$ 7,5 milhões são repassados a municípios. Assim, dos R$ 60 milhões arrecadados mensalmente, restam só R$ 4 milhões para pagar dívidas e investir. Com cobertor tão curto para tantas despesas, o Estado atrasa salários e não honra dívidas. (EL) Texto Anterior: Governo não controla acordos com usineiros Próximo Texto: Estatal vira cemitério de ônibus Índice |
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