São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Stedile defende invasão de escolas públicas fechadas

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder nacional do MST João Pedro Stedile defendeu ontem a invasão de escolas públicas fechadas e conclamou os "excluídos" a formarem pelotões populares para marchar no dia 7 de setembro.
Com essas ações, Stedile disse que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pretende mobilizar os setores sindicais e populares para modificar a política econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Devemos fazer ações para que as comunidades urbanas peguem para si a solução dos problemas de escolas fechadas", disse Stedile. "Não podemos deixar que escolas fiquem fechadas por falta de competência dos governantes."
Stedile classificou essas ações como "gestos de solidariedade" a favor das populações urbanas. Também defendeu que os sem-terra participem de campanhas de doações de sangue ou façam limpeza pública nas cidades que estão em crise financeira.
Stedile anunciou as novas ações na abertura do 1º Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária, que reúne cerca de 500 professores de assentamentos do MST em Brasília.
Segundo Stedile, o MST vai integrar pelotões populares no protesto do Dia dos Excluídos, marcado para o Dia da Independência, pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Os pelotões devem ser formados também por categorias urbanas, como sem-teto e desempregados, que irão fazer atos em várias cidades após os desfiles militares. Isso deve ocorrer inclusive em Brasília.
"Não iremos tumultuar os desfiles, mas mostrar que os excluídos também são patriotas e querem revelar o Brasil real", disse ele.
No encontro, a principal palavra de ordem dos participantes diz que "rebeldia é necessária para fazer a reforma agrária".

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