São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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Oposição pode apoiar Sepúlveda

SILVANA DE FREITAS

SILVANA DE FREITAS; FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-presidente do STF é visto por bloco liderado pelo PT como alternativa a FHC
FLÁVIA DE LEON
Coordenadora de Política da Sucursal de Brasília
O bloco da oposição discute a possibilidade de lançar a candidatura do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Sepúlveda Pertence, 59, à Presidência da República no ano que vem.
O PT e seus aliados -PDT, PSB e PC do B- querem concentrar as forças em um candidato único, que se contraponha à perspectiva de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Reuniões
"O nome dele (Pertence) foi discutido nas reuniões dos presidentes e líderes dos partidos de oposição que avaliam a candidatura única. Mas nunca houve um convite formal", afirmou o líder do PT na Câmara, José Machado (SP).
Reservadamente, os partidos avaliam que precisam de um nome respeitado e que não tenha desgaste político. Pertence reuniria essas duas qualidades.
Articulação
Amigo do ministro do STF, o ex-deputado Sigmaringa Seixas, hoje filiado ao PT no Distrito Federal, nega a articulação formal dessa candidatura, mas confirma a possibilidade.
"É natural a busca de alternativas (à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva). É muito razoável que se pense no nome dele", afirma Seixas.
Discrição
Pesaria contra o ministro do STF o fato de ele ter uma atuação política discreta, até porque juízes não podem ter filiação partidária e engajamento político.
"O nome mais provável ainda é o do Lula", disse o secretário de Relações Internacionais do PT, Marco Aurélio Garcia.
Desligamento
Eleitor em Brasília, Sepúlveda Pertence só poderá se filiar a algum partido político quando se desligar do STF.
Há especulações de que, se a candidatura for acertada, Sepúlveda se aposentaria para ingressar no PSB.
Militante
Pertence foi vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), em 1959.
Vinte anos depois, defendeu Lula em processo que decorreu da greve dos metalúrgicos da região do ABC (SP).
No governo Sarney, foi nomeado procurador-geral da República. Depois, comandou as eleições gerais de 1994, na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Bate-bocas
Em maio último, Pertence deixou a presidência do STF, depois de protagonizar alguns bate-bocas com FHC e com o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em defesa da autonomia do Poder Judiciário.
Procurado pela Folha, ele não quis comentar a possibilidade de ser candidato.
"Eu desconheço qualquer articulação nesse sentido", afirmou Sepúlveda.

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