São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997
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EUA não ajudarão os países asiáticos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, expressou ontem a preocupação de seu país com a recente crise das moedas do sudeste asiático e pediu que o departamento de Tesouro dos EUA as vigie cuidadosamente.
Funcionários norte-americanos, por sua vez, negaram as acusações, feitas pelo governo da Malásia, de que a crise nos países asiáticos foi planejada pelo megaespeculador George Soros.
Albright participou de uma conferência com representantes dos nove países da Associação das Nações do Sudeste da Ásia (Asean).
A secretária afirmou que os EUA não pretendem intervir de forma a recuperar as moedas asiáticas, como no caso da crise do México, em 1955.
Naquela ocasião, o governo de Bill Clinton abriu uma linha de crédito de vários bilhões de dólares, ajudando o México a estabilizar a sua moeda.
Albright disse que os esforços para ajudar as moedas asiáticas devem partir do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em Nova York, três economistas brasileiros, em encontro organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, afirmaram que é improvável que ocorra no Brasil uma crise similiar à da Ásia.
Ataque especulativo
Segundo Paulo Leme, diretor de mercados emergentes da corretora Goldman Sachs, a situação brasileira é diferente. "Não espero um ataque especulativo sobre o real", afirmou.
Ressaltou, porém, que o governo brasileiro terá de atuar mais energicamente sobre vários problemas pendentes, entre eles o déficit da conta corrente.
Roberto Teixeira da Costa, vice-presidente do Banco Sul América, disse que a Bolsa brasileira se acomodará bem à crise.
Eliana Cardoso, especialista do FMI, destacou alguns pontos positivos do Plano Real, como a forte queda da inflação e o crescimento dos investimentos externos.
Uma publicação divulgada ontem pela Santander Investment destacou que a situação brasileira só se compara à da Indonésia e difere do quadro na Malásia, Filipinas e Tailândia.
Especuladores
Funcionários do governo da Malásia reafirmaram ontem que a desvalorização das moedas do sudeste asiático se deve a alguns especuladores internacionais. "É uma desgraça que o destino de milhões de pessoas desta região possa ser destroçado por um bando de delinquentes internacionais", disse o ministro malaio de Assuntos Exteriores, Abdullah Badawi.

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