São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 1997![]() |
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Blueseiros migram para o soul
EDSON FRANCO
Mas, acima de qualquer característica, ambos têm uma vontade incontrolável de soar como o 'soul man' Sam Cooke (1931 - 1964). "Sweet Potato Pie" e "Great Guitars", últimos CDs de Cray e Walker, respectivamente, mostram um aprofundamento nos ditames do soul e rhythm and blues por parte dos dois guitarristas. Eles tomaram como parâmetro a qualidade quase matemática desses estilos para criar composições bem ajustadas, redondas, sem gordura. Cray resolveu bem as equações. Walker ficou de recuperação. Surpresa até para os seus fãs mais renitentes, Cray parece ter chegado à fórmula que vem arquitetando desde o início da carreira. O blues, que era alicerce, passou a ser acabamento em sua obra. Em "Sweet Potato Pie", o guitarrista leva sua música para Memphis e dá uma banho de soul nela, com o auxílio inestimável do grupo de metais Memphis Horns. Mantendo incólumes o canto suave e os solos de guitarra reticentes, suas marcas registradas, Cray brilha em "Save It" e "Trick or Treat". Além de melhores faixas do trabalho, elas são ícones da atual fase de Cray. Poderiam figurar sem nenhuma vergonha em um disco de Sam Cooke. Muito mais do que um CD, "Great Guitars" é um acontecimento mercadológico. Nas 11 faixas, conta com as guitarras de gente como Clarence "Gatemouth" Brown, Buddy Guy, Steve Cropper, Otis Rush, Ike Turner e Scotty Moore (da banda de Elvis Presley). Em termos de solos, o trabalho é indispensável. Os destaques são o solo de Moore faz na agitada "Mile-Hi Club" e o de Buddy Guy em "Every Girl I See". O problema é que o compositor Walker já teve dias mais felizes. O time de colaboradores transformou o disco num bolo com cobertura vistosa, mas sem recheio. (EF) Disco: Sweet Potato Pie Artista: Robert Cray Lançamento: Polygram Quanto: R$ 18, em média Disco: Great Guitars Artistas: Joe Louis Walker, e outros Lançamento: Polygram (importado) Texto Anterior: G3 reúne as guitarras de Steve Vai, Joe Satriani e Eric Johnson Próximo Texto: "Jeffology" comprova a influência de Beck Índice |
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