São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Para líder, punição pode gerar revolta

FÁBIA PRATES; CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O líder da manifestação dos PMs em Minas, cabo Júlio César Gomes, disse ontem que os policiais mineiros podem fazer uma mobilização em proporções maiores à que aconteceu em junho, quando reivindicavam melhores salários, caso os manifestantes sejam punidos com pena de prisão.
"A tropa estava convicta de que estava manifestando por estar passando fome. Não somos criminosos. As punições podem provocar revolta maior", disse Gomes.
O comando da corporação instaurou 17 IPMs (Inquéritos Policiais Militares) em Belo Horizonte e 5 no interior para apurar se os policiais grevistas cometeram crimes durante a paralisação.
A conclusão deve sair no dia 3 de agosto. O comando da PM pode prorrogar o prazo por 20 dias. Os IPMs serão encaminhados à Justiça Militar para definir as punições.
Gomes disse que vai informar o risco de nova mobilização ao comando da corporação.
A assessoria de comunicação da PM disse que as punições não são estabelecidas pelo comando e sim pela Justiça Militar.
A PM completa hoje as mudanças de comando, provocadas pelo movimento dos policiais, com a substituição de sete comandantes. Muitos estão se aposentando.
O capitão Alberto Luiz Alves, assessor da PM, no entanto, não soube explicar a troca de comando no Batalhão de Trânsito, onde houve grande adesão à greve.
Os tenentes-coronéis Rui Domingos Carence, ex-comandante do batalhão, e Gílson Campos, ex-superindendente de suprimentos da PM, trocaram de cargo.
"São razões que a própria razão desconhece", afirmou o capitão Alves. A reportagem da Agência Folha procurou ontem o tenente-coronel Carence, mas ele já tinha deixado o batalhão.
O soldado da PM Marcelo Rocha foi ouvido ontem como suspeito no IPM que apura a morte do cabo Valério dos Santos Oliveira, durante manifestação de policiais.
(FÁBIA PRATES e CARLOS HENRIQUE SANTIAGO)

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