São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Polícia Civil realiza assembléia hoje

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Polícia Civil gaúcha decide hoje à tarde, em assembléia geral da categoria, se mantém a greve iniciada à 0h da última quarta-feira.
Uma reunião no final da manhã de ontem entre dirigentes da Ugeirm/Sindicato (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores) e o chefe de polícia, Valter Maitelli, deixou o governo certo de que a greve se encerrará hoje.
Segundo a assessoria do governo, os policiais civis tiveram a promessa de que as negociações terão continuidade e, por isso, teriam acenado com a possibilidade de encerrar a greve mesmo sem receber o aumento pretendido.
A diretora da Ugeirm Adélia Porto, porém, disse que a greve está sendo "um sucesso" e que o seu encerramento dependerá do que for decidido na assembléia.
"Temos uma ótima adesão, com 30% das atividades sendo realizadas. É o mínimo para que a população não seja prejudicada", disse.
Adélia afirmou que, "se os policiais civis fizerem o mesmo que os PMs fizeram (aceitaram a proposta do governo sem consultar a categoria em assembléia), incorrerão em um erro grave".
O governo propôs elevar o adicional de risco de vida de 100% para 150% escalonados até dezembro de 98. A categoria quer 222%.
Pressão
A greve completou ontem uma semana. O governo chegou a determinar que os delegados impedissem a presença de servidores grevistas dentro das delegacias.
Os policiais que aderiram à greve, segundo o governo, terão de responder a sindicância administrativa e poderão ser punidos.
Em muitas delegacias, estavam sendo atendidos só casos de estupro, latrocínio e homicídio. Em outras, a pressão funcionou. Desde anteontem, várias delegacias funcionam normalmente.
Muitos rádios de carros policiais receberam, ontem e anteontem, a seguinte mensagem: "Colegas, resistam. Não voltem a trabalhar antes da assembléia".

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