São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Novo chefe de polícia é contra greve

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Manoel Carneiro, eleito ontem, em São Paulo, o novo presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia do Brasil, é contra a greve de policiais por "questão de bom senso".
Carneiro, 43, disse que o conselho escolheu o secretário nacional dos Direitos Humanos, José Gregori, como o "novo interlocutor" da Polícia Civil com o governo.
O delegado foi eleito ontem, por unanimidade, por 13 chefes de polícias civis de Estados brasileiros.
"A Polícia Civil exerce uma atividade essencial para a população. Por isso, deve prevalecer o bom senso para que isso (greve) não ocorra", afirmou Carneiro.
Polêmica
O delegado considera a greve um "instrumento legítimo de reivindicação", mas, no caso da Polícia Civil, essa legalidade é polêmica porque "hoje falta lei complementar que regulamente dispositivo constitucional" que permita a greve de policiais civis.
No caso da PM, Carneiro considera a greve "inconstitucional".
"A principal meta da associação será criar uma lei orgânica nacional para a corporação. Precisam ser estabelecidas normas gerais da atuação policial", disse Carneiro.
"Para nós, o grande articulador no governo federal é o secretário José Gregori, que será o novo interlocutor", disse o delegado.
Outra via de reivindicação para os policiais civis é o Conasp (Conselho Nacional de Segurança Pública), dirigido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. A polícia tem assento no Conasp.
Para Carneiro, que está há 19 anos na Polícia Civil e há quase três anos na chefia da corporação em Pernambuco, o aumento salarial de policiais "não é prioritário".
"Prioritário é uma melhor formação profissional do policial, embora a questão salarial não deva ser desprezada."
Carneiro é contra a participação de entidades como o MST (Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) nas manifestações dos policiais.
"A Polícia Civil não deve se envolver em assuntos de outras instituições sindicais", afirmou Carneiro.

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