São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
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Governador de SC faz 'tour' pelo Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA

Vestindo calça jeans e camisa de manga curta xadrez, o governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), fazia turismo ontem pelos corredores vazios do Congresso Nacional com a mulher, Eliane, e 3 dos seus 5 filhos.
À vontade, posando para fotos com a família, Vieira nem parecia o governador que está sofrendo processo de impeachment por supostas irregularidades na emissão de títulos públicos para pagar precatórios judiciais. No dia anterior, ele havia encaminhado sua defesa à CPI da Assembléia Legislativa.
"Estou muito otimista. O processo, agora, correrá sem o golpe que estava sendo engendrado. Eles queriam começar o processo pelo afastamento do governador e do vice. Agora, o processo será legal. Vamos ser ouvidos e haverá testemunhas", disse Vieira.
Passeando pelos corredores do Congresso, descontraído, o governador provocou protestos da mulher ao revelar o desejo de ter mais um filho "no segundo mandato".
"De jeito nenhum", disse Elaine. Eles têm cinco filhos, com idades entre 12 e 1 ano. Os dois mais novos não estavam ontem com o casal. Vieira disse que tirou dias de folga para passear com os filhos mais velhos e escolheu Brasília por considerá-la "uma cidade muito bacana".
O governador mostrou a arquitetura da capital, levou-os à Catedral da cidade, aos principais prédios públicos e à praça dos Três Poderes.
"Sempre quis que eles conhecessem Brasília. É uma cidade que me impressiona muito", afirmou.
O governador disse que tem trabalhado "sem parar" desde 94. "Havia prometido para meus filhos que sairíamos alguns dias nestas férias. Saí sem nenhum compromisso oficial", disse. Hoje, ele planeja ir para Goiânia (GO) ou Caldas Novas, município goiano de águas termais.
Medo
O senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator da CPI dos Precatórios, disse ontem que os senadores que modificaram o seu texto do relatório final atuaram para produzir a defesa dos políticos envolvidos. Segundo Requião, os senadores "não tiveram coragem" de votar contra e, ao propor mudanças, quiseram criar "matéria de defesa" por solicitação dos próprios envolvidos.
"Não são emendas, são encomendas", disse. Entre os senadores que aprovaram mudanças estão Gilberto Miranda (PFL-AM), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Onofre Quinan (PMDB-GO), José Agripino (PFL-RN) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

Colaborou a Agência Folha

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