São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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Pitta é refém das empresas de ônibus MAURÍCIO RUDNER HUERTAS MAURÍCIO RUDNER HUERTAS; ROGÉRIO GENTILE
Após quase duas horas de reunião, eles conseguiram o que queriam: elevar o valor que recebem dos cofres públicos. A prefeitura havia ameaçado acabar com o subsídio das empresas. Afirmava que elas precisavam prestar um serviço melhor para enfrentar a concorrência dos perueiros e, com isso, elevar os lucros. Em vez disso, as empresas conseguiram atrair os funcionários para sua reivindicação e colocar a cidade sob o risco iminente de paralisação dos transportes. Para isso, bastou ameaçar não pagar mais o vale-refeição e a cesta básica (concedidos pelo Tribunal Regional do Trabalho em dissídio coletivo e cassados por decisão do Tribunal Superior na semana passada). Diante da união empresa-empregados, o prefeito, que já havia cedido na semana passada (concordou em pagar o salários dos 580 funcionários demitidos da empresa Royal Bus por 60 dias para evitar uma greve), cedeu mais uma vez. O custo disso ultrapassa os R$ 20 milhões mensais. O grande problema é que a cara solução adotada ontem só adia o problema. As empresas já avisaram que aceitam a "trégua" apenas por 90 dias. Os empregados, idem. Depois desse prazo, dizem que ou o valor da tarifa sobe ou a prefeitura aumenta o subsídio. É bastante provável que as ameaças de greve ou as paralisações, como as ocorridas ontem, voltem a pressionar o prefeito, que, a julgar pela habilidade apresentada agora, deve mais uma vez abrir os cofres da prefeitura para superar uma crise. Texto Anterior: 'Não cedemos às pressões' Próximo Texto: Pitta dá verba a empresas e evita greve Índice |
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