São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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Punks históricos vomitam no passado
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Aos 20 anos de idade, o movimento punk dá sinais de ter ficado definitivamente no passado. Enquanto bandas das novas gerações -Green Day, Offspring, Rancid- trazem aos 90 os mesmos sons que Sex Pistols, The Clash e The Jam tornaram revolucionários no final dos 70, os formadores do punk como ele existiu em 1977 renegam o passado e se afastam das antigas direções. Paul Weller esquece o "mod-punk" que começou a inventar já em 1973 e lança "Heavy Soul", cada vez mais envolvido com matizes que interpenetram hard rock e soul music, sua velha influência. A possibilidade de comparação é dada pela caixa de cinco CDs "Direction Reaction Creation", do Jam, a primeira banda de Weller, que trouxe a rebeldia aprumada dos mods dos anos 60 -The Who, Kinks, Small Faces- aos 70, em levada de rock básico, acelerado e cheio de raiva adolescente. Mais radical é John Lydon, o ex-Johnny Rotten dos Sex Pistols e ex-líder da tardo-punk Public Image Limited -Pil-, que investe, finalmente em carreira solo, na música tecno. Cuspindo no discurso que cuspiu enquanto o Sex Pistols existiu de verdade, associa-se a grupos da moda -Chemical Brothers, Leftfield, Moby- para uma série de remixes incorporados a "Psycho's Path". Como de costume, o Brasil se atrasa em receber os últimos acontecimentos do pop internacional. A gravadora Virign promete o disco de John Lydon para o início de outubro; a PolyGram brasileira não tem data prevista para lançamento do álbum de Paul Weller, nem costuma lançar aqui caixas de CDs como a do Jam. As importadoras continuam a deter o monopólio da novidade (leia nas fichas técnicas abaixo como adquirir os lançamentos importados). Texto Anterior: Livro bagunça sociologia fernandohenriquista Próximo Texto: Caixa com cinco CDs agrupa obra da banda Índice |
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