São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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Artista volta-se ao soul pesado e austero
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Ouvido em retrospecto, o Style Council (sua banda nos anos 80), afora preciosidades como "Walls Come Tumbling Down" (85), foi um laboratório de cafonice sem rivais naquela década. Comunicava-se com a new bossa de Everything But the Girl e Sade, sorvendo-lhes as piores qualidades -sopros latinóides, jazzinho. Vendo que não dava pé, peitou afinal uma carreira solo, tomando pitadas de psicodelia e folk music em "Paul Weller" (92) e "Wild Wood" (94). Em suma: não sabia para onde mirar no pós-Jam. "Heavy Soul" concretiza o que seu antecessor esboçou e se faz entender já pelo título: Weller virou cantor de soul branco (de qualidade vocal hoje pretensiosa e incomodamente remetente à de Joe Cocker), mas o faz com mão pesada, voltada à alma no mau sentido. Inspirado possivelmente em Steve Winwood, estabelece uma ponte meio capenga entre hard rock e certo tipo de soul plástico, inconvincente. É competente, brilhante mesmo em algumas passagens -caso de "Driving Nowhere", tentativa de psicodelia à Love. Mas, austero que se tornou, caminha a passadas largas para longe do universo incandescente do Jam. Presta-se, no máximo, ao mau humor crônico de neo-fãs instalados no pop. (PAS) Disco: Heavy Soul Artista: Paul Weller Lançamento: Island/PolyGram (importado) Quanto: R$ 31 Onde encontrar: London Calling (tel. 011/223-5300) Texto Anterior: Caixa com cinco CDs agrupa obra da banda Próximo Texto: Ex-Johnny Rotten migra ao tecno em álbum solo Índice |
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