São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Homem tem mais célula cerebral, diz estudo

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisadores dinamarqueses anunciaram ter descoberto que os homens têm em média cerca de 4 bilhões de células cerebrais a mais do que as mulheres. O estudo foi divulgado pelo neurologista Bente Pakkenberg, do Hospital Municipal de Copenhague, em uma emissora de rádio.
A pesquisa foi feita com base em exames de cérebros de 94 cadáveres de pessoas com idades entre 20 e 90 anos. Os homens apresentaram em média 23 bilhões de células cerebrais contra 19 bilhões nas mulheres, disse o neurologista, que coordenou o estudo.
Pakkenberg afirmou não saber se a diferença no número de células cerebrais teria alguma implicação na inteligência. "Isso é um mistério. O conhecimento que temos mostra que os homens não são mais inteligentes que as mulheres", disse o pesquisador.
O número de células cerebrais em recém-nascidos pode ser calculado de forma aproximada, com base no perímetro do cérebro, segundo Cícero Galli Coimbra, 41, professor de neurologia da Universidade Federal de São Paulo. Ele disse desconhecer qualquer estudo que aponte maior quantidade de células nos cérebros de meninos do que de meninas.
Pesquisas anteriores, baseadas em exames em cérebros de animais, mostraram diferenças significativas entre números de células cerebrais, mas não por causa do sexo, e sim devido ao grau de complexidade das atividades executadas, segundo Coimbra.
Nessas pesquisas, os exames nos cérebros dos animais submetidos a atividades mais complexas apresentaram números maiores de células cerebrais. Eles apresentaram também maiores números de conexões entre as células do cérebro.
Coimbra afirmou que um estudo sobre a diferença entre o número de células cerebrais de homens e mulheres precisa considerar os tipos de atividades exercidas pelos examinados e o tempo que dedicaram a essas atividades.
Com base nas informações divulgadas sobre o trabalho coordenado por Pakkenberg, Coimbra disse ser improvável que o estudo tenha levado isso em conta.
"Nos países escandinavos, a maioria dos óbitos é de pessoas idosas, que viveram em épocas em que a diferença de complexidade entre o trabalho dos homens e as mulheres era muito mais acentuada do que hoje", disse.

Texto Anterior: Máfia ajudou ex-premiê da Itália, diz depoente; Tribunal da França reconhece cientologia; Presos na Espanha suspeitos de pedofilia
Próximo Texto: Testemunha tumultua o caso Andrew Cunanan
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.