São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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RESPEITO ÀS VÍTIMAS Passados nove meses da queda do vôo 402 da TAM, que matou 99 pessoas em São Paulo, é lamentável que as famílias das vítimas ainda não tenham recebido informações sobre as causas da tragédia. Nem mesmo foi divulgado o conteúdo da caixa-preta do avião, na qual estão registradas as últimas comunicações dos pilotos e dados técnicos sobre o vôo. Essas informações são fundamentais para que se possa dar início a processos contra os responsáveis. Não se trata apenas de uma questão de respeito à dor das famílias dos que morreram. Também estão envolvidos, possivelmente, milhões de reais em indenizações. O conteúdo da caixa-preta, assim como o restante do relatório da Aeronáutica sobre a queda do Fokker-100, tem, ainda, implicações para o nome e a credibilidade tanto da TAM como da fabricante da aeronave. São inaceitáveis, nesse sentido, argumentos como o do coronel-aviador Douglas Ferreira Machado, chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), de que a transcrição das fitas da caixa-preta deveria ser preservada pois envolveria um momento particular da vida dos pilotos. Está em jogo algo muito mais fundamental. Trata-se de esclarecer o que matou 99 pessoas -e assim também contribuir para evitar novas tragédias. É até possível que os principais elementos para identificar as causas do acidente não estejam na caixa-preta. No que se refere à manutenção, por exemplo, talvez outras informações podem ser de grande relevância. Mas o fato é que há tempo expirou o -já longo- prazo inicial de seis meses para a elaboração do relatório e nem as famílias das vítimas nem tampouco a opinião pública foram devidamente esclarecidos sobre o que levou à queda do avião. Texto Anterior: PM, BADERNA E REFORMAS Próximo Texto: As mãos e a obra Índice |
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