São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 1997
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Franco recebe embaixador

Argentino e Franco tiveram incidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após ser indicado para a presidência do Banco Central, o economista Gustavo Franco recebeu em audiência o embaixador argentino no Brasil, Diego Ramiro Guelar, com quem teve um atrito em abril passado.
Na época, Guelar qualificou como "arrogante" o anúncio de decisão brasileira que restringiu financiamento de importações e fez referência depreciativa sobre a estatura de Franco.
"Esse episódio foi imediatamente esclarecido por uma carta que enviei ao diretor do BC. Categoricamente neguei o uso de qualquer ofensa", disse.
Em abril, ao comentar a decisão brasileira sobre as importações, o embaixador se referiu a Franco. Ele disse que as pessoas que ficam "abaixo da linha do horizonte" precisam ser "arrogantes para se defender".
Guelar disse que foi se despedir de Franco e Loyola. Ele está deixando a embaixada no Brasil e, a partir do dia 20 de agosto, assume a função de embaixador nos Estados Unidos.
Anteontem, o ministro Pedro Malan (Fazenda) anunciou que Gustavo Franco, atual diretor de Assuntos Internacionais do BC, assumirá a presidência da instituição no lugar de Gustavo Loyola.
"A audiência estava marcada há duas semanas", disse Guelar, negando que o encontro tenha qualquer relação com a indicação de Franco para a presidência do BC.
O desentendimento entre Franco e Guelar ocorreu quando o Brasil decidiu impor, uniteralmente, restrições ao financiamento de importações com prazo de 180 dias.
A medida, que atingiu indistintamente todos os países, teve o objetivo de atenuar o déficit na balança comercial.
Diante do protesto argentino, o Brasil voltou atrás e abriu exceção para importações do Mercosul, Bolívia e Chile.

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