São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Polícia busca 'serial killer' de travestis

RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Polícia Civil de Dourados (215 km de Campo Grande) identificou e está à procura de um homem de 22 anos suspeito de matar três travestis na cidade e dez em São Paulo.
A polícia tomou depoimentos de parentes do suspeito, que também o apontam como assassino de outras quatro pessoas em Dourados este ano.
O juiz da 1ª Vara Criminal, Paulo Alceu Putinelli, expediu mandado de prisão preventiva contra ele.
Anteontem à noite, as polícias Civil e Militar fizeram buscas na cidade, após um travesti ter reconhecido o suspeito próximo a um "ponto" de prostituição.
Testemunhas ouvidas pelo delegado Roberto Queiroz, 35, disseram que o homem afirmava ter matado dez travestis em São Paulo entre os anos de 89 e 94.
Um parente do suspeito, de nome mantido em sigilo, afirmou ao delegado que seu parente recebia "de alguns amigos" R$ 100 por cada travesti morto.
Os depoimentos não detalham os nomes das vítimas e os locais dos crimes em São Paulo.
A polícia da cidade já enviou um dossiê sobre o caso, incluindo fotos do suspeito, à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para ajudar nas investigações.
Sobre os crimes ocorridos em Dourados, a polícia encontrou testemunhas que acusam o rapaz. A morte mais recente ocorreu no último dia 2.
A testemunha disse que viu o suspeito atirar contra Oziel Inácio da Silva, 35, "Jéssica", em frente à sua casa no Jardim Clímax.
Os outros travestis assassinados em Dourados, no período de dez dias, foram Edejoner Pereira de Souza, "Diana", e Alcedino José Fernandes, "Cidinha".
Outras mortes
O homem suspeito é ainda acusado de matar a empregada doméstica Miriam de Fátima Ferreira Araújo, o taxista Leotério Ojeda, Olécio Petelin Rocha e Claudecir Onofre Ávalo.
O suspeito teria recebido R$ 500 para matar Fátima. A polícia ainda não sabe quem foi o mandante.
No último dia 20, durante a greve da Polícia Militar no Estado, dois travestis foram assassinados a tiros de pistola em Campo Grande.
A polícia investiga ligação com os crimes de Dourados. "Pode não ser o mesmo homem, porque ele usa revólver calibre 38", disse o delegado Queiroz.

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