São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Achadas 2.300 submetralhadoras em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A PF (Polícia Federal) apreendeu ontem 2.300 submetralhadoras Uru em um cofre de 12 m², na rua Ribeiro do Amaral, no Ipiranga (zona sudeste). As armas estavam em um cofre sob a guarda do empresário Francisco Alava Ugarte.
Segundo a PF, essa foi a maior apreensão de submetralhadoras de São Paulo. Ugarte estaria foragido. Caso contrário, segundo a PF, seria preso com base na lei de segurança nacional sob a acusação de portar material de uso privativo das Forças Armadas.
O cofre pertence à empresa metalúrgica Bilbao, que era de propriedade de Ugarte. Ele a vendeu e teria pedido aos novos donos, que não saberiam da presença das armas, para manter o cofre.
O advogado de Ugarte, Elias Zalkin, disse que seu cliente não é o dono das armas. "Ele é armeiro e faz o conserto dessas armas para uma empresa do Rio de Janeiro que recebe esse material do Exército e da Marinha", disse.
Segundo Zalkin, essa empresa seria a Mekanika. Algumas das submetralhadoras do cofre tinham a marca Mekanika no corpo, outras estavam embaladas em caixas com o nome dessa empresa.
A PF apreendeu as armas após pedir um mandado de busca e apreensão no cofre ao juiz João Carlos da Rocha Matos, da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal.
Dez agentes foram à metalúrgica. Um chaveiro levou cerca de dez minutos para abrir a porta do cofre. Segundo a PF, nele havia só dois silenciadores -Ugarte teria autorização para produzi-los e vendê-los para o mercado externo.
Por volta das 18h, Ugarte ligou para a metalúrgica. Disse que estava longe de São Paulo e que seu advogado entregaria hoje a documentação das armas. "Ele as conserta e as envia à Mekanika."
A PF está apurando a origem das submetralhadoras. Os agentes querem saber onde elas eram fabricadas e se poderiam ter sido feitas na Bilbao -uma das submetralhadoras tinha a marca Bilbao.

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