São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Bancos prometem manter a operação

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Banespa não deve mudar a intenção dos outros principais credores da Encol de participar da operação de salvamento da empresa. Dirigentes do Banco do Brasil (BB) e do BCN disseram ontem que "nada deve mudar".
Segundo Brás Ferreira Machado, gerente-executivo de recuperação de crédito do BB, o banco vai continuar "implementando as etapas que lhe cabem no acordo".
Ele acredita, no entanto, que a saída de um credor do porte do Banespa vai implicar um reajuste na participação dos outros bancos.
Na mesma linha, o gerente de negócios imobiliários do BCN, Cláudio Borges Casemiro, disse que o banco vai continuar a colaborar com a operação de salvamento.
O BCN não deve entrar com novos recursos, mas concedeu carência de três anos para a Encol saldar sua dívida com o banco, que é de cerca de R$ 25 milhões.
Entre os maiores credores da Encol, estão quatro bancos estatais. Pela ordem, Banco do Brasil (R$ 180 milhões), Banespa (R$ 87 milhões), Itaú (R$ 62 milhões), CEF (R$ 28 milhões), BNDES (R$ 25 milhões) e BCN (R$ 25 milhões).
Segundo o presidente da Encol, Jorge Washington de Queiroz, Banco do Brasil e Itaú já confirmaram um aporte de R$ 500 milhões para financiar a conclusão das obras. A informação não foi confirmada pelo Itaú.
Entenda o acordo
O acordo para a retomada e a conclusão das obras atrasadas de 710 edifícios foi liderado pelo Banco do Brasil e pela CEF. A proposta foi anunciada em maio passado e prevê que os bancos passem a financiar o término das obras.
Para viabilizar o plano, está prevista a utilização do Plano Condomínio, sistema em que o financiamento é feito diretamente ao comprador dos imóveis da Encol, pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação). Com isso, os cerca de 42 mil compradores pagariam o financiamento ao banco.
Há casos em que os compradores de prédios que estavam em fase final decidiram se cotizar e acertar com a Encol o término das obras.
Segundo a construtora, 28 edifícios já tiveram suas obras retomadas por meio desse tipo de acordo.
Jorge Washington de Queiroz disse que desde o início da crise financeira da empresa, no final de 95, a Encol tem entregue em média 20 mil m² construídos por mês, quando o normal seria entre 100 mil m² e 120 mil m².
Pioneira
Criada em 1961 pelo empresário Pedro Paulo de Souza, a Encol já entregou mais de 100 mil unidades entre apartamentos residenciais e salas comerciais.
A empresa foi uma das primeiras a utilizar o autofinanciamento de imóveis para evitar a intermediação bancária.

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