São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997
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Museu de Nova York exibe em outubro Monet "mediterrâneo"

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

O Museu de Arte do Brooklyn, em Nova York, apresentará, a partir de outubro, a primeira exposição a reunir obras pouco conhecidas do artista impressionista francês Claude Monet (1840-1926). Muitos dos trabalhos são paisagens que retratam o litoral do Mar Mediterrâneo
Intitulada "Monet e o Mediterrâneo", a exibição reúne quadros produzidos a partir de três viagens de Monet pelo litoral da França e Itália, em 1884 e 1888, além de paisagens de Veneza, retratadas em 1908.
"Vamos juntar uma série que nunca foi vista em conjunto", disse à Folha Tara Orzolek, assessora de imprensa do museu. "Como muitas obras fazem parte de coleções particulares, até hoje o grande público não teve acesso a várias delas."
Decoração
A primeira vez em que esteve no Mediterrâneo, no final de 1883, o impressionista francês desenvolveu seis trabalhos para decorar um apartamento de luxo em Paris. Na ocasião, acompanhado por Renoir, quis conhecer Mônaco e outros vilarejos da chamada Riviera Francesa.
Em 1884, passou dez semanas no litoral italiano, onde produziu 38 pinturas. Mais tarde conheceu a costa francesa, onde pintou mais 11 quadros.
Quatro anos mais tarde, Monet voltou ao sul da França. Na ocasião, um período de três meses, realizou mais 39 trabalhos.
Em 1908, em Veneza, o artista se superou: pintou nada menos que 125 quadros, retratando em grande parte deles, como não poderia deixar de ser, a Catedral de São Marco.
Apesar de ter dito na ocasião que "estava muito velho para produzir", sua passagem por Veneza é considerada por estudiosos uma das mais criativas de sua carreira.
Evolução
O livro sobre a exposição de Monet, organizada em associação com o Museu de Arte Kimbell, em Fort Worth, Texas, é de autoria de Joachim Pissarro, bisneto do artista impressionista Camille Pissarro e também um dos responsáveis pelo evento.
Para Joachim Pissarro, as viagens pelo Mediterrâneo alteraram o estilo de Monet. "O desafio representado pelas paisagens do local fez ele realizar as pinturas mais poderosas e inovativas de sua vida, num trabalho que o colocou além do próprio impressionismo."
O interessante na exposição do Museu do Brooklyn, que estará aberta ao público de 10 de outubro a 4 de janeiro, é a chance de ver grandes mudanças na perspectiva de Monet -feitas num intervalo muito pequeno de tempo.
Com a produção de obras em série, muitas vezes retratando paisagens de um mesmo lugar, o público pode perceber pequenas alterações no tempo, na agitação do mar ou, simplesmente, no estado de espírito do artista.

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