São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997 |
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Alunos adaptam dimensões de meia-calça à mulher brasileira Produtos eram tabelados com base em medidas européias FABÍOLA SALANI
Para minimizar essa "meia justa" que a brasileira passava por ter que adquirir meias com tabelas baseadas nas medidas das européias, um tanto quanto diferentes das mulheres daqui, alunos de último ano do curso de engenharia têxtil da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) elaboraram uma nova tabela de medidas para meias-calças. A tabela, que já regula meias vendidas em supermercados de São Paulo, leva em conta principalmente as medidas do quadril -maiores na brasileira- e no comprimento das pernas -que as mulheres da Europa, em geral, têm maiores (veja quadro nesta página). A tabela adotada hoje pela quase totalidade das indústrias não leva em conta a medida do quadril e, segundo o estudo da FEI -e conforme as próprias mulheres percebem-, ele é mais importante na formação do peso feminino do que pernas, coxas ou cintura. "Fizemos essa pesquisa baseados em três tópicos: conforto, falta de informações da mulher sobre suas medidas e a falta de oportunidade de ela poder experimentar uma meia-calça antes de comprá-la", disse o professor da FEI Pedro Luiz Rodrigues da Silveira. Silveira, 40, leciona química têxtil e foi o coordenador desse estágio supervisionado. Os alunos da FEI começaram o trabalho pesquisando as medidas da mulher do país. Para isso, usaram 1% do total da população feminina estimado pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Algumas respostas, segundo Silveira, traçavam mulheres totalmente desproporcionais. "Se as pesquisadas tivessem realmente aquelas medidas, seriam monstros", compara. A maioria das entrevistadas morava em São Paulo, o que, segundo o professor, não prejudicou a pesquisa. "Como a cidade recebe muitos migrantes, encontramos aqui vários biótipos." Quando terminaram a pesquisa e tabularam os dados, os alunos chegaram a tamanhos-padrões mais próximos da realidade da brasileira, com a qual formaram a nova tabela. O trabalho foi desenvolvido junto com o engenheiro Mário Gaspar, ex-aluno da faculdade e que atualmente trabalha na Du Pont. Foi ele quem trouxe à FEI o problema enfrentado pela indústria. Texto Anterior: Anemia reduz ritmo de vida de professora Próximo Texto: Droga atenua problemas da quimioterapia Índice |
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