São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997 |
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Disciplina liga matemática ao cotidiano
LUCIANA BENATTI
Como uma de suas primeiras iniciativas, o Magistri Domus -um recém-criado centro de desenvolvimento profissional do colégio Pueri Domus- trouxe ao Brasil o matemático Daniel Orey, professor da Universidade da Califórnia, que ensina dentro do espírito da etnomatemática, utilizando materiais simples como tampas. Essa nova visão para o ensino da matemática, que leva em conta as experiências e a carga cultural dos alunos, foi desenvolvida pelo brasileiro Ubiratan D'Ambrósio, professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Segundo ele, é preciso que o professor e a escola tenham liberdade para viver a situação dos alunos para que possam partir para a reconstrução do conhecimento. "É fora da sala de aula que a gente encontra a matemática viva", diz D'Ambrósio, que condena a prática de exercícios repetitivos, que "burrificam" o aluno. Segundo ele, em uma aula de etnomatemática, a criança traz informações, como por exemplo recortes de jornal, e compartilha com a classe. "Em certo momento ela é o informante, a pessoa importante da classe", diz. Nesse espírito, o livro didático seria um livro de abertura e não de doutrinação, como uma cartilha. Acesso e igualdade Para Orey, que viveu de 80 a 82 na Guatemala, trata-se de uma questão de acesso e igualdade. "É necessário ensinar aos novos professores que as idéias que vêm de outros países não boas nem más, mas diferentes", diz. Ele exemplifica com o caso da cultura maia, que integrava a matemática a elementos místicos. Para Elisa Loureiro Pereira, 46, diretora pedagógica do Pueri Domus que assistiu à aula de Orey, a etnomatemática é "uma visão da matemática aplicada à vivência do dia-a-dia das crianças". O Magistri Domus, que será inaugurado oficialmente no dia 29, pretende ser um centro permanente de atualização profissional para professores de todas as áreas. Texto Anterior: Governo não vai anular lei Próximo Texto: Universidades privadas Índice |
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