São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997 |
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Polícia faz novo reforço de segurança
CLÓVIS ROSSI
"É mais do que uma estimativa. Temos uma série de detalhes que apontam para essa possibilidade", afirma Assaf Hefetz, o chefe de polícia. Consequência inevitável: um formidável esquema de segurança vigia todos os pontos de grande concentração de pessoas em Jerusalém, nas demais grandes cidades e até nas praias, lotadas de turistas que aproveitam as férias, iniciadas sexta-feira a uma temperatura de quase 30°C. Todos são suspeitos em potencial, ainda mais se carregam uma sacola, mala ou qualquer coisa que possa esconder uma bomba. Para aumentar a tensão, junto à estação central de ônibus de Jerusalém, que já foi alvo do terrorismo no passado, o trânsito ficou interrompido durante uma hora. Teria sido o tempo necessário para fazer explodir uma sacola verde que estava abandonada junto a uma máquina de vender refrigerantes. Mas ela não continha bomba alguma. As informações supostamente quentes de que a polícia dispõe indicam que um atentado será praticado por alguém bem vestido, parecendo mais um homem de negócios ou um turista. Como ocorreu quarta-feira, no mercado Mahane Yehuda. O nervosismo se devia em grande parte a um panfleto atribuído ao grupo fundamentalista Hamas (Movimento de Resistência Islâmico), que dava prazo até 21h de ontem (15h em Brasília) para que Israel começasse a libertar os presos do movimento, deixando implícita a ameaça de retaliações. O prazo passou, Israel não libertou preso algum e nenhum atentado ocorrera até 0h de hoje (18h de ontem em Brasília). Mas a porta-voz da polícia, Linda Menuhin, diz que "todas as ameaças são levadas a sério". A embaixada norte-americana em Israel também leva a sério, a ponto de ter emitido recomendação aos turistas do país para que evitem áreas de grande concentração de pessoas, especialmente mercados e estações de ônibus. Para acentuar a eletricidade no ar, o Canal 2 da TV israelense reproduziu sábado vídeo da televisão palestina em que aparece uma moça cantando assim: "Eu terminei de treinar com rifle/ e eu treinei meus amigos/ e nós juramos vingança/ e o sangue de nossos inimigos/ por causa das mortes e ferimentos a nós causados". O líder palestino Iasser Arafat assistia e até beijou a moça no fim. Nesse ambiente, é até surpreendente que o único incidente de ontem tenha sido os tiros que atingiram um palestino residente na faixa de Gaza, que foram supostamente disparados por um colono judeu. (CR) Texto Anterior: Israel tem 'comando' para área palestina Próximo Texto: Perito em bombas é o principal suspeito Índice |
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