São Paulo, segunda-feira, 4 de agosto de 1997
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SOCORRO FINANCEIRO

O comportamento dos Estados Unidos, do Japão e especialmente do FMI na crise do Sudeste Asiático será um indicador importante do que o Brasil poderá esperar caso necessite de apoio internacional para equilibrar as contas externas. Após perder cerca de 50% das reservas cambiais desde maio, a Tailândia decidiu recorrer ao Fundo Monetário Internacional. Está previsto para amanhã o anúncio de um acordo.
O enorme pacote de ajuda financeira ao México, que se seguiu à crise de dezembro de 94, esteve condicionado em grande parte à excepcional ligação do país com os Estados Unidos. Além dos problemas que uma crise social muito aguda poderia causar na fronteira, pesava sobre o presidente Clinton o empenho político pela assinatura do Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que entrara em vigor naquele mesmo ano. Na prática, aproximadamente 80% das importações mexicanas provêm dos EUA.
Nesse caso, a vultosa participação do FMI se deveu claramente às gestões dos Estados Unidos.
Sob esse aspecto, o futuro desenlace da situação da Tailândia pode ser entendido como um caso mais geral. Trata-se de saber até que ponto as grandes potências econômicas e organizações financeiras, como o FMI, estão dispostas a vir em socorro dos chamados países emergentes para evitar uma instabilidade maior no mercado internacional.
O grande temor, que pode determinar em última instância esse tipo de socorro financeiro, é que as dificuldades cambiais cheguem ao ponto de provocar uma moratória. Esse espectro surgiu com grande força depois da crise do México, quando o Estado ficou sem reservas para honrar os títulos em dólares que venciam nos meses ou até semanas seguintes.
Um desenlace desfavorável da crise asiática pode reduzir o fluxo de capitais para o Brasil. Uma solução positiva sugeriria que o país tem chances de contar com uma espécie de seguro internacional contra insolvências.

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