São Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 1997
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Presidente de Israel faz crítica a Netanyahu

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu começa a ficar isolado em meio à crise, ao ser indiretamente criticado até pelo presidente de Israel, o moderado e popular Ezer Weizman.
Depois de ser informado pelo premiê sobre as decisões do gabinete no domingo, Weizman seguiu uma linha oposta.
Enquanto Netanyahu aponta o dedo exclusivamente para os palestinos, Weizman disse que "os dois lados cometeram erros". Acrescentou: "É hora de que ambos reconsiderem suas atitudes".
Também ao contrário de Netanyahu, que condiciona qualquer progresso no processo de paz a uma guerra contra o terror por parte dos palestinos, o presidente pede um entendimento não só com estes, mas também com os países árabes.
Para profunda irritação de Netanyahu, Weizman foi convidado pelo presidente norte-americano, Bill Clinton, para um encontro nos próximos dias em Washington.
É óbvio que o presidente repetirá a Clinton o que disse ontem à mídia, contrariando o enfoque belicoso de Netanyahu.
Não é só Weizman a criticar o premiê. Ontem, o emissário da União Européia para o Oriente Médio, Miguel Ángel Moratinos, reuniu-se com Arafat em Gaza e disparou:
"A UE respalda todas as medidas que possam trazer segurança aos israelenses, mas não podemos realmente entender algumas medidas que, em vez de segurança, trazem insegurança".
Moratinos saiu de Gaza para Jerusalém disposto a pedir que Netanyahu reconsiderasse algumas das medidas. Fracassou.
Outro sinal de isolamento veio da Jordânia, um dos dois únicos vizinhos que têm acordo de paz com Israel (o outro é o Egito).
O rei Hussein disse a uma delegação parlamentar israelense que as medidas tomadas por Israel após o atentado de quarta podem trazer ainda mais violência.
É certo que o rei repetirá essa avaliação durante reunião especial que a Liga Árabe realizará hoje, a pedido da ANP.
Em carta à Liga, Arafat pediu "as ações necessárias na arena árabe e internacional para salvar o povo palestino das últimas medidas de punição coletiva israelenses".
(CR)

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