São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Para FHC, reforma é a solução

AUGUSTO GAZIR
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

O presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou ontem do Congresso, mais uma vez, a aprovação da reforma administrativa. Segundo FHC, a aprovação da reforma é solução para a crise e os problemas salariais das polícias no Brasil.
Foi a segunda vez nesta semana que FHC cobrou a aprovação da reforma. Anteontem, em discurso no Palácio do Planalto, o presidente condicionou a redução das taxas de juros e o crescimento econômico à aprovação das reformas administrativa e da Previdência.
FHC disse que, na reunião de anteontem à noite com oito governadores, houve consenso de que os Estados precisam de mais autonomia para organizar suas polícias. "Esse é um assunto dos Estados."
Para FHC, a reforma administrativa vai resolver a distorção salarial -causa das greves de policiais- entre "grupos pequenos de altos oficiais" e "uma massa de trabalhadores em dificuldades".
"Isso para acabar precisa do Congresso. Foi uma coisa erradíssima não ter sido aprovado o subteto, que permite aos governadores limitarem os altos salários", disse ele, em entrevista numa fábrica de produtos químicos em Camaçari (60 km de Salvador).
O subteto é um dispositivo que permite a Estados e municípios fixarem limite máximo de remuneração do funcionalismo inferior ao teto federal. Foi derrubado na votação do primeiro turno da reforma administrativa na Câmara.
O presidente afirmou que os governadores tiveram uma "atitude favorável" em relação às propostas apresentadas pelo governo. Segundo ele, os governadores ficaram de dar uma resposta final até segunda-feira. FHC agora vai consultar todos os governadores.
Ficou decidido que será criado um Departamento Nacional de Segurança Pública para coordenar a reformulação do setor nos Estados. Segundo FHC, o governo vai apoiar os governadores e não se intrometerá "além de certo limite".
O presidente fez um apelo aos partidos de oposição para que haja um entendimento sobre a reforma administrativa. "Peço aos partidos que dizem que são de oposição que não façam oposição ao Brasil. Façam oposição a mim -tudo bem-, mas ao Brasil não. Quando eles derrubaram o subteto, eles atrapalharam o Brasil. Ninguém pode em nome da oposição contribuir para atrapalhar o bem-estar do Brasil."

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