São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Exilado pela Universal, Didini deixa igreja PATRICIA ZORZAN PATRICIA ZORZAN; RICARDO FELTRIN
RICARDO FELTRIN Colunista da FT O pastor Ronaldo Didini, ex-apresentador do programa "25ª Hora", da Rede Record, criou a primeira grande dissidência na Igreja Universal do Reino de Deus, abandonando o bispo Edir Macedo e preparando sua candidatura a deputado federal. O início da carreira política deverá ser feito por meio do PFL, embora amigos do pastor digam que ele esteja sendo sondado também pelo PPB e até pelo PT. A mudança inclui ainda a estréia de um programa na Rede Manchete e a fundação de uma entidade filantrópica nos moldes da Associação Beneficente Cristã (ABC), ligada à igreja de Macedo. Didini, que retornou da África do Sul há cerca de 15 dias, nega que pretenda montar uma nova igreja. Pessoas ligadas ao pastor admitem, entretanto, que a Liga da Fraternidade, com sede na zona leste, fará concorrência à ABC. O novo programa, que depende apenas de acertos financeiros com a Rede Manchete, será dedicado ao debate das principais notícias do dia. Didini atuará como âncora, fazendo comentários. Segundo a Folha apurou, um dos motivos do rompimento do pastor com a Universal foi o veto a seu nome como apresentador do "25ª Hora". Afastado do programa desde o ano passado, Didini esperava voltar à televisão com seu retorno ao país. Amigos do pastor dizem que o rompimento foi motivado por divergências de Didini com o bispo Edir Macedo. Didini foi retirado do comando do programa no final de 1996, durante as eleições municipais. O afastamento ocorreu depois da declaração oficial de apoio da igreja à candidatura de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo. Apesar do apoio aos tucanos, Didini, fundador e responsável pela ABC, comandava eventos na periferia da cidade que se transformavam em comícios do então candidato do PPB, Celso Pitta. Pitta, que chegou a participar dos atos juntamente com Didini, era saudado como futuro prefeito. O pastor também foi envolvido no caso do chute na imagem de Nossa Senhora Aparecida, em outubro de 95. Didini teria apoiado a agressão cometida pelo bispo Sérgio von Helde. Em depoimento à polícia, ele disse que apenas "se solidarizou à pessoa" do bispo. Texto Anterior: Governo do PR vai indenizar presos políticos torturados Próximo Texto: Moradores do Borel criticam toque de recolher informal Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |