São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997 |
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Prefeitura lista 48 prédios para sem-teto
MARCELO OLIVEIRA
O projeto prevê a participação do Ministério Público e recursos da Caixa Econômica Federal (CEF) e do governo do Estado. A iniciativa, segundo Krahenbuhl, não tem caráter paternalista. "O projeto é para quem tem renda para pagar um financiamento." Dentro do projeto, está sendo feita uma pesquisa para traçar o perfil dos moradores de cortiços de São Paulo. As famílias dos cortiços listados formariam cooperativas, que buscariam, por meio do programa, a obtenção do financiamento. Por sua vez, o Ministério Público contribuiria, usando a lei do inquilinato, para impedir a exploração dos moradores de cortiços pelos intermediários e donos dos imóveis. Segundo Krahenbuhl, os encortiçados que não tiverem renda suficiente para arcar com o financiamento serão encaminhados, caso a caso, para a área assistencialista do Estado. Krahenbuhl e os participantes dos movimentos não divulgam quais os prédios de interesse para o projeto. "Só posso dizer que são prédios subutilizados. A divulgação antecipada pode gerar especulação imobiliária que pode encarecer os imóveis." O projeto, segundo Krahenbuhl, será acompanhado de uma pesquisa, que está sendo feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP). O secretário não sabe quanto a prefeitura, que sofre uma crise nas suas finanças, poderá disponibilizar para o projeto em 98. "O importante é que a prefeitura, que não tem uma política para o setor desde 93, resolveu agir. Se o Estado e a CEF ajudarem, o projeto sai sim." Segundo a Folha apurou, a pesquisa da Fipe deve apontar que o número de encortiçados da cidade -600 mil-, usado pela prefeitura desde 1993, mudou muito pouco. Outro dado que a pesquisa deve trazer é que mais de 40% dos moradores de cortiços têm renda familiar superior a três salários mínimos, melhor do que o perfil do favelado, atendido pelo projeto Cingapura. Segundo movimentos de moradia de São Paulo, há cortiços que chegam a cobrar R$ 400 por mês pelo aluguel de um cômodo. "Se o encortiçado pode pagar um valor desses num cortiço, pode pagar o mesmo como prestação de um financiamento para compra de uma habitação popular decente", afirma o secretário. Texto Anterior: Família moderna Próximo Texto: Estado aprova idéia da prefeitura Índice |
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