São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Frio chega em tempo e anima os lojistas

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda de temperatura e a proximidade do Dia dos Pais, comemorado amanhã, deram alento às vendas do comércio, que até então não havia sentido o efeito da data.
O consumo, que vinha fraco desde o início do mês, mostrou um esboço de recuperação, sobretudo a partir da quinta-feira.
Ontem, em especial, alguns lojistas estavam bem mais animados ao registrar aumento na procura pela coleção de inverno.
Para quem previa no início da semana vender apenas cuecas, meias e gravatas para o Dia dos Pais, o frio até que chegou em tempo.
Abrão Worcman, diretor da Casa das Cuecas, rede com 17 lojas em São Paulo, por exemplo, está animado com as vendas de pijamas de flanela, jaquetas e malhas de lã.
"Não vai dar para desovar todo o estoque em apenas dois dias. Mas vamos permanecer abertos (hoje) até as 23h para aproveitar o momento."
A Bavardage, confecção de roupas masculinas, constatou aumento de 30% nas vendas com a liquidação e o frio, mas ainda assim não vai conseguir desovar todo o estoque.
"O frio precisa permanecer durante 15 dias para ter um efeito maior", diz Nelson Righetto, sócio-proprietário.
Nos shoppings, as lojas já registraram crescimento na venda de ternos, camisas, calçados, agasalhos, tênis e roupas esportivas em geral.
A Alshop (Associação de Lojistas de Shopping do Estado de São Paulo) prevê que as vendas para o Dia dos Pais devem crescer 5% sobre as de igual período de 1996.
"Se o frio permanecer, vai dar para alcançar esse resultado", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Nos seus cálculos, agosto pode até terminar com vendas 20% maiores do que as de igual mês de 1996, por conta da campanha "Liquida São Paulo", que está sendo preparada para a segunda quinzena deste mês.
Para a surpresa da VR, rede de lojas especializada em roupas masculinas, as vendas nesta semana acabaram sendo 30% maiores do que as de igual período de 1996.
Alexandre Brett, diretor, que previa faturar nesta semana o mesmo do que em igual período do ano passado, diz que o consumidor deixou mais uma vez para a última hora a compra de presentes.
A Hugo Boss, rede com 30 lojas franqueadas, também viu as vendas crescer nos últimos dias. A empresa informa que o faturamento está um pouco acima do previsto.
Adriana Camelo, diretora da Camelo, diz que as promoções também contribuíram para estimular as vendas para o Dia dos Pais.
Ela conta que a sua confecção reduziu, por exemplo, de R$ 140 para R$ 99,90 o preço do blazer de lã. "Essa queda está incentivando o consumo." A Camelo espera faturar neste mês 30% a mais do que em igual período do ano passado.
Sondagem da federação
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo consultou um grupo de lojistas na semana passada e constatou que a expectativa de vendas para o Dia dos Pais não era nada animadora.
Pelo levantamento da federação, os lojistas esperam vender para o Dia dos Pais 6,4% a menos do que em igual período de 1996.
"Agora é fato que o consumidor sempre deixa a compra para a última hora", diz Vladimir Furtado, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
A federação acredita que as vendas do comércio neste mês devem crescer 5% sobre as de julho.
Na comparação com o ano passado, a expectativa é de queda de 4% nas vendas.

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