São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Polícia e justiça

CARLOS HEITOR CONY

Rio de Janeiro - Só para botar lenha na fogueira: 20 anos atrás sequestraram dois meninos que faziam surfe em Ipanema. Um deles foi recuperado. Outro foi encontrado morto, amarrado numa árvore, devorado por um bicho cujo nome agora esqueço.
Cobrindo o caso, acompanhei um grupo de policiais civis que vasculhavam a floresta da Tijuca em busca do jovem que àquela altura já estava morto. No meio do mato, de repente, houve troca de tiros. Um grupo atirava contra os policiais civis. Evidente que eram os bandidos.
Não eram. Eram policiais militares. Sem qualquer coordenação, as duas polícias entraram em combate que durou uns dez minutos, até que a situação se esclareceu. Podia ter havido vítimas. O secretário de Segurança, na época, era um membro da magistratura estadual bem intencionado. Foi dele que ouvi a mais contundente crítica à existência de duas polícias.
O problema continua em aberto. Conflitos no campo operacional são frequentes. Não sou entendido no assunto, minha experiência a respeito de polícia é apenas essa e a considero bastante.
*
O Superior Tribunal de Justiça julgou, esta semana, a meu favor, um processo que corria há anos por delito de imprensa. Um promotor que perdeu um julgamento (caso Claudia Lessin Rodrigues) decidiu processar-me porque fiz reparos a seu desempenho profissional naquela ocasião. Ganhou nas instâncias estaduais, mas acaba de perder por 3 a 0 no STJ.
Devo agradecer a competência e o carinho do dr. José de Castro e a seu escritório de advocacia em Brasília, bem como ao dr. André Martins, filho do grande Mário Martins, que pegou a bomba aqui no Rio. Quero também mandar um abraço carinhoso para o José Aparecido, que sempre luta pelas causas que considera justas.

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