São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997
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Unir esforços

LUIZ ANTONIO GUIMARÃES MARREY

É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a solução no combate à insegurança.
Em primeiro lugar, a posse de arma exige controle emocional e habilidade no seu manuseio. Em segundo lugar, a experiência tem mostrado que o uso generalizado de arma acaba servindo para armar ainda mais o criminoso.
O Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e o Tribunal de Alçada Criminal vêm unindo esforços na campanha pelo desarmamento da população. Por meio da colaboração dos meios de comunicação, é possível alertar o público para esse problema.
Deve-se ressaltar que recentemente o Congresso Nacional e governo federal trabalharam na aprovação do projeto que criminaliza o porte ilegal de armas.
Apesar de ser uma medida necessária, o desarmamento por si só não resolverá, da noite para o dia, o crônico problema da falta de segurança.
Deve-se ampliar e aperfeiçoar a fiscalização da venda de armas e restringir a concessão para o seu porte.
São necessárias e urgentes outras medidas, tais como aperfeiçoar todo o sistema de segurança pública, eliminando vícios internos em ambas as polícias e oferecendo-lhes salários dignos e condições adequadas de trabalho.
Outra medida imprescindível é investir na formação desses agentes de segurança. Igualmente importante é a ampliação do controle das fronteiras e dos aeroportos, por onde ingressam ilegalmente armamentos pesados de última geração, que abastecem o crime organizado.
É necessário um empenho maior dos governos federal e estaduais na luta contra a cultura da violência. Assim, a articulação da participação dos meios de comunicação e da sociedade vai contribuir para a formação de um ambiente em que a violência não mais será combatida pela violência.
Nesse sentido, o desarmamento das pessoas é um bom começo, embora não seja suficiente.

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