São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Mulheres escondem 'excessos' na cama

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo que estejam em forma, algumas mulheres preferem apagar as luzes quando têm de tirar a roupa e mostrar o corpo na cama.
"Só me sinto realmente à vontade no escuro", diz a pedagoga Susan Quirino, 32, que mede 1,60 m e tem 54 quilos.
"Se não der para ser assim, o máximo que eu permito é iluminação indireta (abajur, luz do corredor ou do banheiro)."
Susan afirma que é "Raimunda" (ruim de cara, boa de bunda) e reconhece que os homens a consideram "gostosa". Ela explica que o seu problema é a auto-crítica.
"Antes de colocar silicone nos seios, só conseguia enxergar em mim uma cinturinha e um quadrilzão", lembra.
Ela conta que o rigor é apenas com o próprio físico. Se o parceiro tiver uma barriguinha, tudo bem.
"Acho até melhor, porque na minha cabeça o homem musculoso e de corpo perfeito vai reparar muito mais na gente", acredita.
Susan foi casada durante sete anos. Depois do casamento, o único namoro firme foi com um homem de "tipo atlético".
"Imagina a dificuldade que uma mulher que detesta fazer ginástica, como eu, tem para ir para a cama com um cara desses. Enrolei até onde pude", lembra (leia depoimento abaixo).
Rigorosa
Para a radialista Cláudia Sálies, 33, 1,79 m, 65 quilos, tanto ela como o parceiro têm de estar em forma. "Sou rigorosa comigo, mas com o cara também", afirma.
Ela conta que faz exercícios desde criança e que, por isso mesmo, não se sente bem quando está parada. "Um mês sem fazer ginástica já me faz me sentir fora de forma."
Cláudia se acha "meio bunduda". "Sou melhor de frente."
Ela afirma que seus complexos aumentam no inverno, quando ela está mais branca.
"Todo mundo parece mais flácido nesta época do ano. Na hora de tirar a roupa, podendo, é melhor acender só a luz da lareira."
Outra que tem preocupações incompatíveis com o próprio corpo é a modelo Paula Lorenz, 20, 1,75 m, 57 quilos. Na opinião dos homens, ela se observa demais.
"Os meninos me perguntam como eu tenho vergonha de tirar a roupa na cama, se faço fotos quase nua para revistas especializadas em ginástica."
Ela responde que são duas coisas diferentes. "Com eles existe um envolvimento emocional. Nas fotos, profissional", conta Paula, que já foi anoréxica e sofreu muito por causa de um quadril 93 (o padrão da categoria é 90).
Para ajudar em casos como o de Paula, a agência dela contratou o psicólogo Marco Antônio Tommaso. Ele atende as meninas em grupos de cinco.
"Faço um trabalho de auto-imagem com elas, usando espelhos", diz (leia texto abaixo).
A assessora administrativa Adriana Melo, 32, 1,68 m de altura e "mais de 100 quilos" não precisou emagrecer um grama para virar modelo.
"Poso para propaganda de lojas de roupas tamanho GG", diz Adriana, que não tem problema para tirar a roupa na cama.
"Tenho meus truques. Não deixo o cara nem sequer tocar no assunto (leia depoimento abaixo)."

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