São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Índice de 5,8% ao ano faz lembrar tempo do país antigo

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Poucos brasileiros têm lembrança de um período de inflação tão baixa quanto hoje. Para isso, seria preciso se entender como gente em 1951, quando a taxa anual, como atualmente, estava na casa dos 5%.
Esse não era o caso nem do próprio Malan. A inflação de hoje é a mais baixa desde janeiro daquele ano. Na ocasião, o futuro ministro da Fazenda tinha apenas oito anos e mal se iniciava no mundo da aritmética.
Dizer que o Brasil era apenas diferente é muito pouco.
O país tetracampeão ainda não ganhara a primeira Copa do Mundo, que só seria conquistada sete anos mais tarde, em 1958.
A televisão só engatinhava, com menos de um ano de vida.
O petróleo ainda não era nosso -o texto que criaria a Petrobrás só seria aprovado em 1953.
A batida diferente de João Gilberto e as harmonias dissonantes de Tom Jobim ainda não haviam desaguado na Bossa Nova.
Com cerca de 50 milhões de habitantes, o país assistia ao general Eurico Gaspar Dutra devolver o poder a Getúlio Vargas, eleito no ano anterior.
Dutra assumiu a presidência com o fim do Estado Novo (1930-45) e conduziu o Brasil para a redemocratização.
Com a guerra fria, o país também viveu uma fase de reaproximação com os EUA, marcada pelo encontro de Dutra com o presidente Harry Truman, em Washington, em 49.
Mas um ponto liga o governo de Dutra com o atual: tanto um como outro adotaram políticas de controle do câmbio.

Texto Anterior: Inflação baixa custa desemprego, diz Malan
Próximo Texto: Seguradora dos EUA se associa ao grupo Icatu
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.