São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Sonegação chegou a R$ 7 bilhões em 96

Valor nominal é o mesmo de 95

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-executivo do Ministério da Previdência, José Cechin, estima que a sonegação de contribuição previdenciária pelas empresas de todo o país atingiu cerca de R$ 7 bilhões em 1996.
Esse número, se confirmado, significa que em termos absolutos foram mantidos em 1996 os mesmos níveis de sonegação do ano anterior, quando as empresas também deixaram de recolher cerca de R$ 7 bilhões aos cofres da Previdência.
Em termos relativos, porém, a sonegação caiu. Em 1995, a sonegação de R$ 7 bilhões significava que as empresas deixavam de recolher 28% das contribuições devidas.
Já em 1996 esse volume representou apenas 22% das contribuições devidas.
A queda ocorreu porque, segundo a Previdência, aumentou a massa salarial no período. Em 95, o total dos salários pagos pelas empresas estava estimado em R$ 133 bilhões. Em 1996, esse número teria subido para R$ 145,2 bilhões.
Segundo Cechin, do 1,6 milhão de empresas obrigadas a recolher a contribuição previdenciária, cerca de 400 mil deixaram de cumprir esse compromisso.
O secretário-executivo disse que, hoje, as equipes de fiscalização do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) têm capacidade de fiscalizar apenas 10 mil empresas por mês.
Ele afirmou que, por esse motivo, está sendo priorizada a fiscalização das grandes empresas.
Levantamento sobre os 60 maiores devedores de cinco Estados indica que, nesse grupo, a sonegação supera os R$ 100 milhões. Somente uma dessas empresas, segundo Cechin, deixou de recolher R$ 16 milhões em 1996.
A estimativa sobre a sonegação é ainda preliminar. Só foram levantados os números do segundo semestre de 1996, com os quais foi feita a projeção para todo o ano.
O levantamento é feito com base nos números do Cadastro Nacional de Informações Sociais e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

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