São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Futebol desencadeou guerra

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol abusa do vocabulário bélico (morte súbita, bomba, canhão, tiro, etc.), mas a associação não pára por aí: a modalidade já foi estopim para um conflito armado entre dois países.
Isso aconteceu em uma eliminatória para Copa do Mundo. Foi em novembro de 1969, quando Honduras e El Salvador disputavam uma vaga para a Copa do México.
Os salvadorenhos venceram e se classificaram, mas dias depois iniciaram os confrontos na fronteira.
"A Guerra do Futebol" durou exatas 100 horas -vitimou mais de quatro mil pessoas e pôs frente a frente dois regimes militares.
O conflito tinha motivos políticos e econômicos. O futebol apenas serviu como catalisador da rivalidade dos países vizinhos.
Os que mais perderam, porém, foram os 100 mil camponeses salvadorenhos que foram expulsos de Honduras, onde o lema da época era: "Pegue uma lenha e mate uma salvadorenha."
El Salvador acabou indo para a Copa de 70, colecionando três derrotas para as seleções de México, Bélgica e Rússia.
Depois, voltaria em 1982, no Mundial da Espanha, para outros três fracassos -Hungria, Argentina e Bélgica.
(RB)

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