São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Eletrodoméstico domina região

DA REPORTAGEM LOCAL

Os imóveis da av. Celso Garcia, uma das mais antigas vias de ligação entre a zona leste e o Centro de São Paulo, foram gradativamente perdendo espaço para os ônibus e as lojas populares.
A avenida tem hoje o segundo maior fluxo de ônibus da cidade, segundo a SPTrans: são 300 ônibus por hora, representando 400 mil pessoas por dia.
Ao contrário do corredor de ônibus tradicional, na av. Celso Garcia os ônibus não ficam confinados em determinadas pistas, ocupam as que estão vagas.
Outrora repleta de restaurantes, cinemas e magazines, a avenida ganhou, com o passar dos anos, inúmeras lojas comerciais com apelo popular.
Segundo o consultor João Freire D'Avila, o tráfego pesado foi responsável pela modificação. Atualmente, a região é um centro de lojas de eletrodomésticos.
D'Avila diz que não há muita explicação para a concentração de lojas desse tipo ali. "Um loja puxou a outra."
Segundo ele, boa parte da avenida tem os mesmo problemas do corredor Santo Amaro, ou seja, apresenta um mercado imobiliário "morto".
"A região precisaria de uma reciclagem. Para isso, é preciso recuperar os imóveis."
O aluguel comercial ali chega a R$ 4 o m2, enquanto a menor média da cidade -no Centro Novo- fica em R$ 8,8 o m2.
Preços
Mas há quem aposte no mercado residencial da avenida. Rodrigo Iampolski, 25, proprietário de um edifício de três andares, reformou o imóvel de 50 anos de idade para alugar os nove apartamentos.
A reforma demorou seis meses e terminou há 30 dias. Os apartamentos de um dormitório custam R$ 450, mais R$ 50 de condomínio -dois deles já foram alugados, segundo o proprietário.
Apesar de o imóvel ficar de frente para todo o movimentado tráfego da Celso Garcia, Iampolski acredita que vai alugar os apartamentos sem maiores dificuldades.
"É um imóvel novo (reformado) no meio de vários outros velhos."
Proprietário de outros imóveis (comerciais e residenciais) na região, ele diz que a dificuldade para fechar negócio na Celso Garcia se resume ao preço. "Sempre há discussão em torno do preço. Mas cliente que pechincha é porque está intencionado, quer pagar. É só conversar", afirma.

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